José Marcos Barrica, Embaixador de Angola em Portugal referiu (à semelhança do que o moçambicano MURARGY, Secretário executivo da CPLP, já havia dito, antes da XI Cimeira da mesma):
«Há coisas mais importantes a ter em conta do que o Acordo Ortográfico. Nós entendemo-nos perfeitamente escrevendo com ou sem alguns cês ou pês. Na nossa óptica, não é uma questão que deva mobilizar os nossos esforços.»
Relembramos que Angola, a par de Moçambique, continua sem ratificar o Tratado do AO90, nem o 1.º, nem o 2.º Protocolos Modificativos, o que, a manter-se, vem dar razão às reticências levantadas pelo Senhor Presidente da República, aquando da sua visita de Estado a Moçambique.
Recorde-se que Angola e Moçambique têm cerca de duas dezenas de “línguas nacionais”, em particular nas áreas rurais (sem prejuízo de a língua oficial ser o Português), pelo que não têm qualquer interesse em ratificar o AO90, que, com as suas duplas grafias, erros e deficiente cientificidade (primazia da oralidade sobre a escrituralidade; critério pronúncio-cêntrico), só iria acrescentar confusão no ensino do Português euro-afro-asiático-oceânico.
Com Conceição Queiroz
Fonte: 2ª hora – 11 de novembro de 2016 | TVI Player
(Ver entre os 19 e os 30 minutos)