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Segunda-feira, Dezembro 23, 2024

Antigo dirigente do Ku Klux Klan apoia Donald Trump a 100%

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As declarações de Donald Trump sobre a família do jovem soldado muçulmano americano morto no Iraque, em 2004, chocaram uma parte significativa da opinião pública americana. Várias personalidades republicanas distanciaram-se dessas declarações. Mas, outros há que as apoiam.

Um desses apoiantes é David Duke, antigo dirigente do KKK, organização racista, de supremacia branca que, em entrevista à  NPR (National Public Radio) na passada 6ª-feira, fez saber que “apoia Donald Trump a 100%”.

“Donald Trump não é racista”, declarou David Duke. “A verdade é que, neste país, quem defende a herança dos Americanos de origem europeia, é automaticamente rotulado de racista […] e, como senador dos Estados Unidos, ninguém apoiará mais o seu projecto para o supremo tribunal e para o direito em geral do que eu.”

Duke quer os votos de Trump

O antigo dirigente do KKK manifesta, mais uma vez, o seu apoio ao candidato republicano porque ele próprio anda em campanha. Em Julho, Duke declarou ser candidato a um lugar no senado pelo Estado do Louisiana.

Na sua entrevista à NPR, acrescentou que conta com os votos dos eleitores de Donald Trump. “ Eu represento ideias que visam preservar o nosso país e a nossa herança e penso que Trump representa também essas ideias.”

O antigo “grande feiticeiro” conta angariar cerca de 75% a 80% dos votos do candidato republicano. Nomeadamente, apoia-o nas questões relativas à imigração.

Antissemitismo

David Duke, descrito pelo site ViceNews (canal de notícias internacional] como “o mais célebre dos supremacistas brancos”, é também conhecido pelas suas ideias antissemitas. Aliás, publicou, em Abril, no Youtube, um video intitulado “Porque é que as elites judaicas detestam Trump?”.

trump-tweet-over-hillaryO jornalista americano Steeve Inskeep que fez a sua última entrevista na sexta feira explica que alguns adversários de Donald Trump também reconhecem no candidato republicano posições que realçam o antissemitismo, muito baseadas no mito dos judeus e do dinheiro.

O milionário, por exemplo, colocou no tweeter em Julho, uma fotografia de Hillary Clinton acusando-a de corrupção. O fundo desta foto é composto por um maço de notas verdes com uma estrela, ao lado da candidata, que se assemelha à Estrela de David. Trump corrigiu “o tiro” logo de seguida, assegurando que se tratava “apenas de uma estrela”.

Donald Trump protelou antes de condenar Duke

Questionado em Fevereiro sobre o apoio que lhe era dado por essa figura extremista dos Estados Unidos, Donald Trump garantiu nada saber sobre David Duke. Mudou, assim, de posição, depois de ter afirmado, dias antes, sem rodeios, que era contra esse apoio.

“informar” sobre estes grupos.

Pressionado para condenar o KKK e os movimentos que apoiam Blake, Donald Trump explicou que, primeiro, precisava “informar-se” acerca desses grupos.

“Vocês não vão querer que eu condene um grupo de que nada sei. Preciso “informar-me”, explicou o empresário nova-iorquino à CNN.

Em finais de Julho, finalmente, sempre através da cadeia americana Trump afirmou que “condenava claramente as declarações do supremacista branco que acabara de se candidatar ao senado, inspirado na sua política”.

Trata-se de uma condenação demasiado entre-cortada de recuos e de contradições para ser realmente credível.

Fontes: L´Express, CNN

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