Poemas de Ernesto Dabo
“Ao abrir do mês”
Há gente na rua
Côdea de vento contra corpo de amarga sina
que calou no abrir do mês
o diferente falante
de um outrora constante
que nada teme nem mede
É seu o volante da furgoneta sem buzina
Grita e manda sair da rua
Quer levar carga
pessoas-de-bem, bens e diversa
a rumo-fumo
Nódoa pintada no desforrado fato primeiro
sorriso de cobra
Escusa de camaleão
Rugido de leão enjaulado
Se houver outra podre por uns tempos
nada mau seria
Haveria dias
para esquecer novos defuntos.
“Com ou sem o sim se ama”
À tua porta
há rosas
Colhe uma
Com ela
muda o mundo
Se a piroga naufragar
voltará à praia
em pedaços de si
Com ou sem o sim se ama.
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