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Terça-feira, Novembro 5, 2024

Ao fim de quinze anos ”Globo de Cristal” ficou em casa

José M. Bastos
José M. Bastos
Crítico de cinema

52º Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary 

Little Crusader / Krizácek , drama histórico realizado por Václav Kadrnka foi o grande vencedor da edição deste ano do festival checo que ontem chegou ao fim.  O filme, de grande cuidado estético e formal é, de facto, um exercício estimável mas temos grandes dúvidas que venha a conseguir obter a adesão da generalidade dos espectadores. Logrou contudo sensibilizar os membros do júri oficial e recebeu, por isso, para além do principal galardão do certame, um prémio pecuniário de 25000 dólares. Fica também com o título de primeiro filme checo, nos últimos quinze anos, a ser considerado como o melhor do festival.

Men Don’t Cry / Muškarci ne plaču, do bósnio Alen Drljević, abordagem da experiência traumática que a guerra dos balcãs provocou em vários combatentes de diferentes países da ex-Jugoslávia, foi distinguido com o Prémio Especial do Júri e o galardão para o Melhor Realizador coube ao eslovaco Peter Bebjak por The Line / Čiara.

Os prémios de interpretação foram para o actor russo Alexander Yatsenko pelo seu desempenho em Arrythmia e para Jowita Budnik e Eliane Umuhire actrizes de Birds Are Singing in Kigali.

Na secção “East of the West” o grande vencedor foi o imaginativo ‘road movie’ How Viktor “the Garlic” took Alexey “the Stud” to the Nursing Home do cineasta russo Alexander Hant.  Dede, filme georgiano de Mariam Khatchvani obteve o prémio especial do júri.

Muchos hijos, un mono y un castillo, curioso filme que o espanhol Gustavo Salmerón realizou sobre a sua mãe e a casa de família venceu na secção de “Documentários”. Atelier de Conversation, filme francês do realizador austríaco Bernhard Braunstein foi distinguido com o prémio especial do júri desta secção.

O Prémio do Público foi entregue ao filme norte-americano Wind River de Taylor Sheridan, interpretado por Jeremy Renner que esteve em Karlovy Vary para receber o Prémio do Presidente do Festival.

Ainda no que respeita a prémios registe-se a falta de coincidência dos prémios particulares com o palmarés dos júris oficiais.

Assim, o galardão da crítica internacional, Prémio FIPRESCI, foi para o norte-americano Keep the Change de Rachel Israel, o do Júri Ecuménico para The Cakemaker, filme israelita de Ofir Raul Graizer e o Prémio Fedeora, dos críticos da Europa e do Mediterrâneo para Mariţa, filme romeno de Cristi Iftime.

Apenas o Europa Cinemas Label Award, para o melhor filme europeu da secção oficial distinguiu uma obra também premiada pelo júri official: Men Don’t Cry. 

E assim caiu o pano sobre a 52ª edição do Festival de Karlovy Vary na qual foram exibidos 207 filmes. Foram realizadas 505 sessões e o número de bilhetes vendidos ultrapassou os 140 mil. Estiveram acreditados mais de 600 jornalistas  e quase 1200 profissionais de cinema.

Men Don’t Cry / Muškarci ne plaču, de Alen Drljević
Melhor Realizador: Peter Bebjak
Prémio de interpretação: Alexander Yatsenko
Prémio de interpretação: Jowita Budnik e Eliane Umuhire

(em actualização)

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