52º Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary
Little Crusader / Krizácek , drama histórico realizado por Václav Kadrnka foi o grande vencedor da edição deste ano do festival checo que ontem chegou ao fim. O filme, de grande cuidado estético e formal é, de facto, um exercício estimável mas temos grandes dúvidas que venha a conseguir obter a adesão da generalidade dos espectadores. Logrou contudo sensibilizar os membros do júri oficial e recebeu, por isso, para além do principal galardão do certame, um prémio pecuniário de 25000 dólares. Fica também com o título de primeiro filme checo, nos últimos quinze anos, a ser considerado como o melhor do festival.
Men Don’t Cry / Muškarci ne plaču, do bósnio Alen Drljević, abordagem da experiência traumática que a guerra dos balcãs provocou em vários combatentes de diferentes países da ex-Jugoslávia, foi distinguido com o Prémio Especial do Júri e o galardão para o Melhor Realizador coube ao eslovaco Peter Bebjak por The Line / Čiara.
Os prémios de interpretação foram para o actor russo Alexander Yatsenko pelo seu desempenho em Arrythmia e para Jowita Budnik e Eliane Umuhire actrizes de Birds Are Singing in Kigali.
Na secção “East of the West” o grande vencedor foi o imaginativo ‘road movie’ How Viktor “the Garlic” took Alexey “the Stud” to the Nursing Home do cineasta russo Alexander Hant. Dede, filme georgiano de Mariam Khatchvani obteve o prémio especial do júri.
Muchos hijos, un mono y un castillo, curioso filme que o espanhol Gustavo Salmerón realizou sobre a sua mãe e a casa de família venceu na secção de “Documentários”. Atelier de Conversation, filme francês do realizador austríaco Bernhard Braunstein foi distinguido com o prémio especial do júri desta secção.
O Prémio do Público foi entregue ao filme norte-americano Wind River de Taylor Sheridan, interpretado por Jeremy Renner que esteve em Karlovy Vary para receber o Prémio do Presidente do Festival.
Ainda no que respeita a prémios registe-se a falta de coincidência dos prémios particulares com o palmarés dos júris oficiais.
Assim, o galardão da crítica internacional, Prémio FIPRESCI, foi para o norte-americano Keep the Change de Rachel Israel, o do Júri Ecuménico para The Cakemaker, filme israelita de Ofir Raul Graizer e o Prémio Fedeora, dos críticos da Europa e do Mediterrâneo para Mariţa, filme romeno de Cristi Iftime.
Apenas o Europa Cinemas Label Award, para o melhor filme europeu da secção oficial distinguiu uma obra também premiada pelo júri official: Men Don’t Cry.
E assim caiu o pano sobre a 52ª edição do Festival de Karlovy Vary na qual foram exibidos 207 filmes. Foram realizadas 505 sessões e o número de bilhetes vendidos ultrapassou os 140 mil. Estiveram acreditados mais de 600 jornalistas e quase 1200 profissionais de cinema.
(em actualização)