Queda foi de oito pontos percentuais, de 48% para 40%, em apenas 15 dias.
A população nordestina reprovou as visitas oportunistas que o presidente Jair Bolsonaro fez à região, nas últimas semanas, para vistoriar ou inaugurar obras dos governos Lula e Dilma. De acordo com a nova rodada da pesquisa PoderData, a aprovação ao governo no Nordeste – que estava em alta – despencou oito pontos percentuais, de 48% para 40%. A queda ocorreu num intervalo de apenas 15 dias.
O levantamento anterior era de 17 a 19 de agosto, enquanto o novo foi feito de 31 de agosto a 2 de setembro. Nos dois casos, a sondagem foi realizada por telefone (celulares e fixos). A rejeição ao governo de extrema-direita permanece sendo a regra entre os nordestinos – 50% desaprovam a gestão Bolsonaro. No Brasil, a situação se inverte: conforme o PoderData, o governo tem hoje 51% de aprovação e 41% de desaprovação.
Na chamada “avaliação pessoal” – que mede a popularidade não do governo, mas apenas do presidente –, a situação de Bolsonaro é mais crítica no Nordeste. Apenas 31% dos moradores da região avaliam seu trabalho individual como “ótimo” ou “bom” – sete pontos percentuais a menos do que na pesquisa anterior. Já a desaprovação regional ao presidente é de 43%.
Bolsonaro vinha ganhando popularidade no Nordeste desde que a oposição garantiu a implantação do auxílio emergencial – uma renda mínima mensal paga a trabalhadores informais e desempregados durante o estado de calamidade pública. Embora o governo tenha boicotado o auxílio – desde o valor de R$ 600 até o prazo de pagamento –, boa parte dos beneficiários atribuiu, erroneamente, o pagamento a uma suposta bondade bolsonarista.
De forma dissimulada, o presidente tentou aproveitar o cenário mais receptivo e realizou sete visitas à região de abril a agosto, segundo levantamento do site Poder360. “As 7 cidades visitadas por Bolsonaro correspondem ao mesmo número de viagens que o presidente fez à região nos 15 meses anteriores ao auxílio emergencial (de janeiro de 2019 a março de 2020)”, informa a página. Além de não “surfar na onda”, Bolsonaro teve um desgaste adicional à sua imagem.
por André Cintra, Jornalista | Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado