Para o operário, o apito da fábrica o chama para o batente. Mas para o poeta, lembra seu amor que lá trabalha! Noel Rosa, da dureza do cotidiano, extrai linda poesia!
Três Apitos
Composição: Noel Rosa/1938
Intérprete: Aracy de Almeida
Quando o apito da fábrica de tecidos
Vem ferir os meus ouvidos,
eu me lembro de você
Mas você anda sem dúvida bem zangada
Ou está interessada em fingir que não me vêVocê que atende ao apito de uma chaminé de barro
Por que não atende ao grito tão aflito
Da buzina do meu carro?
Você no inverno sem meias vai pro trabalho
Não faz fé em agasalho nem no frio você crêVocê é mesmo artigo que não se imita
Quando a fábrica apita faz reclame de você
Nos meus olhos você lê como eu sofro cruelmente
Com ciúmes do gerente impertinente
Que dá ordens à vocêSou do sereno, poeta muito soturno
Vou virar guarda-noturno e você sabe por quê
Mas você não sabe que enquanto você faz pano
Faço junto do piano esses versos pra você
Texto em português do Brasil
Exclusivo Editorial Rádio Peão Brasil / Tornado
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