Poema de João de Almeida Santos
para um Rosto, de Filipa Antunes
ARCO-ÍRIS…
I.
Este rosto
É arco-íris
Dança, dança
Nos meus olhos
Fascinados
Pelos teus,
É luz intensa
Que brilha
E domina
Como um deus!É fulgor,
É raio
Que me fulmina!
Em teu rosto
A minha cor
Se acende
E ilumina!
II.
Há cheiro
A maresia,
Sinto sal
Na tua boca
Que me sabe
A poesia
Quando a digo
Com voz rouca
De tão frio
Ser o mar
E tão quente
O meu desejo…
……………….
Eu quero
É navegar
Para ver
Se lá te vejo!
III.
O teu rosto
É arco-íris
Acende
O meu olhar
Sua cor
É tão intensa
Que me cega
De te amar!Tua boca
É mar profundo,
Azul,
Infinito
Ao olhar…
Se te beijo
Vou ao fundo,
Não consigo
Respirar
Lá dentro
Desse teu mar!
IV.
Com teu rosto
Arco-íris
Fugiste dessa
Tristeza
Logo ao
Amanhecer,
Mas eu sempre
Caio nela
Por tão pouco
Te rever…
E mesmo
Quando te vejo
O meu rosto
É o dela
Porque sei
Que, num instante,
Só te vejo
Em aguarela!
V.
O teu brilho
É tão intenso
Que me seduz
A arder
Fico triste
Se te deixo,
Com medo
De te perder…A tristeza
É saudade
Desse encontro
Tão fugaz,
Meus olhos
Perdem-se
Em ti
Porque em ti
Encontram paz!O teu rosto
É arco-íris,
É alegria sem fim,
Não vás embora,
Amor,
Espera um pouco
Por mim…
Ilustração: Para um Rosto, de Filipa Antunes
(9 de Junho de 2017. Desenho a tinta-da-china, grafite e aguarela)