Formada em Fevereiro de 2003 por três amantes do jazz (os saxofonistas Fernando Soares e Manuel Lourenço e o guitarrista Francisco Costa Reis), a Reunion Big Jazz Band (RBJB) tem sido uma dos mais acarinhadas e intimistas big bands nacionais. Ligada ao extinto clube Onda Jazz, em Lisboa, onde efetuou apresentações semanais durante três anos, destaca-se pela sua preocupação com a qualidade artística e pela produção musical, construindo uma identidade estilística e sonora únicas.
A RBJB foi criada por Claus Nymark e posteriormente dirigida por Adelino Mota, Vasco Agostinho e Tomás Pimentel. Desde 2010, a direção musical está entregue a Johannes Krieger, trompetista, compositor e docente universitário. Em 2012 foi editado o seu único trabalho discográfico, o álbum “Ouija”, composto por oito faixas, das quais cinco são temas originais e as restantes três versões com arranjos da orquestra.
A RBJB é uma big band com uma instrumentação tradicional de trompetes, trombones e saxofones. Inclui músicos que tocam noutras bandas de jazz e que têm o seu estilo de jazz característico, contribuindo com essa diversidade nos solos. Mais de 90 músicos já colaboraram neste projeto desde a sua fundação, tendo sido, desta forma, uma rampa de lançamento para muitos no panorama do jazz nacional.
O elenco atual da RBJB inclui 17 músicos, contando com intérpretes como Tomás Pimentel, Gonçalo Marques ou Ricardo Pinto (trompetes), João Capinha, Albert Cirera ou Rita Nunes (saxofones), Narciso Cardoso, Mário Amândio ou Nuno Carreira (trombones) e uma secção rítmica composta por José Soares (guitarra), Óscar Graça (piano), João Fragoso (contrabaixo) e Alexandre Alves (bateria). Pela RBJB passaram já nomes como Alexandre Andrade, André Rosinha, César Cardoso, Edgar Caramelo, Elmano Coelho, Jorge Reis, José Menezes, Lúcia Moniz, Luis Cunha, Nelson Cascais e Vanessa Fernandes, entre muitos outros.
A participação dos músicos é bastante aberta e intensa, contribuindo cada à sua maneira com arranjos, composições e improvisos. O ecletismo dos gostos e das experiências musicais dos seus responsáveis e músicos integrantes constitui um dos seus maiores patrimónios. Desta particularidade resulta a seleção de temas que a RBJB inclui no seu repertório, que vão dos clássicos de Count Basie e Oliver Nelson ao contemporâneo Pat Metheny, passando por Mingus e Miles Davis. Com a entrada de Johannes Krieger para a direção musical, os arranjos passaram sobretudo a ser da sua responsabilidade, nalguns casos com a colaboração do pianista e compositor Dan Hewson. Com a evolução dos concertos o repertório está em constante renovação, incluindo novos arranjos e novos temas, alguns deles originais.
A RBJB acaba por ser uma big band “mestiça”, na medida em que resulta do cruzamento de muitas fontes e tendências, que inevitavelmente se refletem nas suas performances. Na prática corresponde a um “ginásio” jazzístico, onde músicos de diversas formações se reúnem, praticam a sua arte e, sobretudo, participam com níveis de liberdade criativa e de improviso que provavelmente lhes seria difícil de alcançar nas formações a que pertencem. Uma espécie de paraíso em forma de big band.
Vídeos
Fotos: Página do Facebook da REUNION Big Jazz Band Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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