Os incêndios queimaram a Ministra da Administração Interna e o fogo chegou ao Governo de António Costa.
Um país onde impera o minifúndio familiar, em que há uma enorme falta de recursos para a conservação das florestas. A culpa não é só do eucalipto. Os montes ardem onde há eucaliptos e onde não os há. Em Portugal a floresta é três quartos da sua superfície. Isso não ajuda. Este ano a seca afectou 80% do país, a que se juntam fortes ventos que atingiram Portugal.
A mão humana é uma das principais causas de tantos incêndios. Este ano a polícia deteve 60 pessoas, um número, cinco vezes superior ao do ano passado. A mudança climática não ajudou. As altas temperaturas chegaram mais cedo e vão mais tarde. Este ano estamos a viver um ano atípico em relação à temperatura.
É necessário prevenção eficaz:
- Consciencialização social;
- Criação de códigos de construção em áreas propensas a incêndios. Construção de habitações com materiais resistentes a chamas, além de se manter aceiros pela limpeza de materiais inflamáveis localizados até uma determinada distância da construção;
- Cuidado e planificação social;
- Limpeza periódica;
- Introdução de franjas delimitadoras;
- Realização de queimadas preventivas durante períodos de baixo risco de incêndio;
- Medidas legislativas para prevenir que existam pessoas ou empresas que possam beneficiar dos incêndios;
- Reforçar a perseguição policial e judicial dos incendiários.
Deve estender-se o período de alerta máximo para lá dos dois meses actuais para cinco meses com todos os bombeiros. Pedrogão aconteceu em Junho e agora foi em Outubro.
É preciso criar um organismo para administrar as florestas portuguesas. Não há leis nem varinhas mágicas para acabar com este flagelo. É necessário um labor constante e apostar fortemente na prevenção.
O Estado falhou e a Protecção Civil também. Todavia a culpa é de todos os governos que passaram pela nossa República em que teve ministros do PS, PSD e CDS. Que pouco ou nada fizeram para evitar esta catástrofe.
A Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, demitiu-se mas essa demissão não resolve o problema de fundo. Vai haver uma moção de censura proposta pelo CDS e Marcelo Rebelo de Sousa deu um puxão de orelhas ao governo.
Os incêndios queimaram a Ministra da Administração Interna e o fogo chegou ao governo de António Costa.