Poderão as Cidades Inteligentes, ainda que disponham de toda a parafernália tecnológica, ser consideradas como tal se não forem comunidades humanizadas?
Estudos referem que 50% dos factores para o bem-estar são genéticos, 10% são ambientais e 40% intencionais.
Cidade Inteligente é um termo frequentemente usado para descrever as tecnologias de controlo, computação e telecomunicações com o objectivo de modernizar serviços desde a eletricidade, ao trânsito, até à segurança.
No livro “Outliers”, editado em português pela Editora Sextante, Malcolm Gladwell relata a experiência de um médico, o Dr. Wolf. Este ao perceber a baixa incidência de doenças cardíacas numa comunidade de emigrantes italianos no nordeste dos EUA, tentou identificar a razão para este óptimo estado de saúde. Não encontrou a solução na dieta, no exercício, nem na genética.
Descobriu que o bem-estar estava associado a aspectos ligados ao espírito comunitário. Os membros da comunidade que foram para outros lugares acabaram por adoecer mais facilmente. Os que ficavam, apesar de comer mais gorduras e açúcares, sentiam mais o apoio e a amizade do grupo, i.e., o espírito comunitário. Quando alguém tem uma necessidade todos são apoiados, não se sentem sozinhos. E esta parece ser a chave para o bem-estar destes ítalo-americanos.
Quando pensamos em Cidades Inteligentes não podemos negligenciar o sentido de propósito comum e os laços existentes entre aqueles que nelas habitam. Não há Cidades Inteligentes sem sabedoria…