Dizem que quem nunca viveu uma paixão, nunca viveu. Ou várias. Mas que paixão mesmo, dizem que só há uma. Amores, podemos ter muitos, e todos eles calmos e serenos, como costumam ser os amores. Mas paixão é diferente. É avassaladora e arrebatadora. Apaixonados, tudo é o sol, a lua, as estrelas. É-se capaz até de levantar o mundo. Mundo? Mas que mundo? Só tem importância o que estamos vivendo, ou seja, nós mesmos e o outro por quem estamos perdidamente apaixonados. São 24h a pensar no outro, não há tempo para mais nada. E se a paixão for correspondida e vivida a dois, então é a felicidade absoluta. Quando o telefone toca, o coração dispara, e meio atordoado, atende-se, fingindo naturalidade, enquanto mal se recompõe de tanta emoção. Será que viver em pleno é isto? É que além de tudo, a paixão nos traz um desassossego fascinante, ao mesmo tempo que uma paz mágica. Alguns passam pela vida sem saberem o que é viver uma paixão. Pobre de quem não a viveu. Quem vive uma paixão, vive a alegria, o júbilo, a festa. A paixão marca o corpo e marca a alma. De uma forma indelével e para sempre. E dá vontade de apregoar aos quatro ventos que se está feliz. Mas a quem contar que se está feliz? Se for para contar que se está a sofrer, todos querem saber e ouvir. Como se o sofrimento unisse as pessoas, ou elas só gostassem de saber de infelicidade. Difícil é encontrar alguém que fique do nosso lado na hora da felicidade. Com o padecimento e as atribulações, parece que todos sabem lidar e se dar bem, o que, aqui entre nós, é um paradoxo. Mas as alegrias e os acontecimentos felizes deviam era ser revelados e compartilhados. Se tiver um amigo a quem poder contar que está feliz, fique sabendo que é uma pessoa de sorte. Ter um amigo assim é ter um verdadeiro amigo, e isso é uma bênção. E ele ficar feliz por saber-nos feliz, então é motivo para ser ainda mais feliz.
Porque afinal, e no fim das contas, viver uma paixão, é a vida, é a vida.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90
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