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João de Sousa

Sexta-feira, Dezembro 20, 2024

As mulheres da Segunda Guerra Mundial

Surpreendentes imagens das mulheres que participaram de missões na Guerra.

As “Bruxas da Noite”: Rufina Gasheva (848 missões noturnas, Heroína da URSS), Irina Sebrova (1004 missões noturnas, Heroína da URSS), Natalia Meklin (980 missões noturnas, Heroína da URSS), Marina Chechneva (980 missões noturnas, Heroína da URSS), Nadezhda Popova (825 missões noturnas, Heroína da URSS), Sima Amosova (555 missões, condecorada seis vezes por bravura), Yevdokia Nikulina (600 missões, Heroína da URSS), Yevdokia Bershanskaya (comandante da unidade, Heroína da URSS), Maria Smirnova (940 missões, Heroína da URSS), Yevgenia Zhigulenko (773 missões, Heroína da URSS)

Toda a coisa pareceu, no início, estranha.

Um amigo – um grande amigo, pois nossa amizade subsiste a 40 anos de diferenças, sobretudo, ideológicas – enviou-me, algum tempo atrás, um artigo (quase um livro) sobre o tratamento que receberam, após a libertação do nazismo, as mulheres que, usando uma expressão educada, se relacionaram com ocupantes nazistas, sobretudo na França, mas também em outros países ocupados por Hitler.

Bem entendido, ele não estava me provocando. Pelo contrário, estava tomado por um legítimo senso de humanidade.

Os leitores devem imaginar as fotos que ilustravam esse texto: mulheres de cabeça raspada, mulheres untadas com piche e penas, mulheres desfilando nuas no meio da multidão com os filhos, que tiveram com nazistas, no colo.

Horrível, mas, sinceramente, a lamentação sobre essas mulheres pareceu-me mais revoltante que o seu destino – que, a julgar por “Malèna”, o filme de Giuseppe Tornatore, não durou muito tempo, se é que o caso da personagem interpretada por Monica Bellucci pode ser generalizado.

Talvez seja um problema pessoal: sou filho de uma senhora que considerava seu maior orgulho de militante ter participado das manifestações pela entrada do Brasil na guerra contra o nazi-fascismo, quando tinha 12 ou 13 anos.

Mas duvido. Houve coisas horríveis – moralmente horríveis – sob a ocupação. O ódio contra aquelas mulheres não foi, como dizia o texto, a tentativa de povos que se conformaram com a ocupação nazista de exorcizar seu próprio comportamento.

É verdade, aquelas mulheres que aparecem nas fotos eram, obviamente, as que não conseguiram fugir.

Quanto a, por exemplo, Madame Chanel, que passou toda a ocupação nazista no Ritz, acompanhada daquele a quem chamava “o meu alemão” (que era um membro da “inteligência” nazista), evadiu-se para a Suíça, onde ficou alguns anos contando histórias mirabolantes.

Chanel, aliás, é um exemplo importante quanto à moral dessa espécie de colaboracionismo sexual. Em 1943, em um almoço na Côte d’Azur, ela expressou o que achava da ocupação nazista: “A França teve o que merece!”, provocando a reação da esposa do príncipe de Faucigny-Lucinge, que lhe deu as costas. Alguns dias depois, a princesa de Faucigny-Lucinge foi presa pela Gestapo, que, de repente, lembrou-se que ela era, também, baronesa d’Erlanger, ou seja, era de origem judaica (cf. Antony Beevor e Artemis Cooper, “Paris After The Liberation 1944-1949”, Penguin Books, 3ª ed. revisada, 2004, pp. 134-135; depois da publicação desse livro, descobriu-se que a colaboração de Chanel com os nazistas foi muito maior, muito mais próxima – e muito mais repugnante – do que isso: cf. Hal Vaughan, “Sleeping with the Enemy: Coco Chanel’s Secret War”, NY, Knopf, 2011).

Realmente, é injusto que Chanel tenha escapado ilesa, enquanto outras mulheres tenham sido expostas nas ruas das cidades da Europa. Mas o caso de Chanel dificilmente foi único – em arrogância e em deduragem. A lógica dessa espécie de relacionamento, sob a ocupação nazista, não é, como disse um autor favorável a Chanel, “apenas envolver-se romanticamente”.

Infelizmente, quando se trata de uma guerra nacional contra uma ocupação – e, no caso, repetimos, tratava-se da ocupação nazista – é moralmente monstruoso lamentar o tratamento ao que era visto (com boas razões) como traição ao povo e ao país.

Na maioria dos casos, a atitude da Resistência foi a de impedir que o ódio do povo chegasse às últimas consequências.

Em “O Olho de Vichy”, documentário de Claude Chabrol – ele próprio filho de um dirigente da Resistência Francesa -, aparece a história da foto do garoto pescando no Sena, que virou tema da propaganda colaboracionista durante a ocupação da França.

Na verdade, o garoto tivera seus pais presos pelos nazistas – e tentava matar a fome, que era permanente para quase todos os parisienses, sob o tacão nazista.

Mas houve quem preferisse, diante dessa situação, aderir, de uma ou outra forma, ao inimigo; não se passava fome, era muito mais confortável – mas, para isso, claro, na maioria desses casos, era preciso desenvolver uma arrogância repulsiva em relação à população da qual saíram. Daí para a delação, é menos de um passo. Que depois tenham sofrido as consequências, nada tem de espantoso.

Gostaríamos muito que fosse diferente, e que tudo corresse de maneira mais civilizada. Aliás, também gostaríamos que os nazistas fossem mais civilizados, ou seja, que não fossem nazistas. Mas há coisas que não dependem da nossa vontade – muito menos quando ela é retroativa.

As mulheres

Porém, o mais aberrante nessa literatura neo-colaboracionista sobre o fim da II Guerra Mundial – pois já existe um estoque de livros, e crescente, em todo o mundo, com esse conteúdo – é que essas mulheres de que tanto se lamenta o castigo, foram absoluta exceção (se é que existem exceções absolutas) em todos os países ocupados pelos nazistas ou em guerra com eles.

Pelo contrário, em todos esses países, as mulheres foram, se assim podemos dizer, a alma da luta. Aliás, não podemos dizer isso, pois elas foram a própria luta, ainda que não sozinhas. Por isso, dizer que elas foram a “alma” da luta é algo impreciso, que subestima o seu papel naquele momento em que a humanidade – isto é, a civilização – lutava por sua sobrevivência.

Quem ficou como símbolo da luta espanhola – que se estendeu ao mundo todo – contra o fascismo?

Dolores Ibárruri, La Pasionaria.

É dela o chamado à luta, logo depois que Franco, sustentado por Hitler e Mussolini, declarou guerra à democracia:

¡Mujeres, heroicas mujeres del pueblo! ¡Acordaos del heroísmo de las mujeres asturianas en 1934; luchad también vosotras al lado de los hombres para defender la vida y la libertad de vuestros hijos, que el fascismo amenaza!”.

Foi um símbolo tão poderoso, que o mundo somente teve certeza de que a ditadura franquista tinha caído, quando ela voltou à Espanha, em 1977. No entanto, La Pasionaria era mais que um símbolo. Era uma pessoa – uma mulher.

Ou Zoya Kosmodemyanskaya. Ou sua companheira de unidade militar Vera Voloshina. As duas tremendamente torturadas e depois enforcadas pelos nazistas durante a Batalha de Moscou.

Uma testemunha do assassinato de Vera Voloshina relatou, depois, o final do seu martírio:

– Eles a trouxeram, a pobre, de carro, para a forca, e ali o laço balançava no vento ao redor dos alemães, havia um monte deles. E eles trouxeram os nossos prisioneiros, que trabalhavam atrás da ponte. A menina estava no carro. No começo, não era visível, mas quando as paredes laterais foram abaixadas, eu engasguei. Ela estava, coitada, apenas com roupa de baixo, e, mesmo assim, rasgada e toda suja de sangue. Dois alemães gordos, com cruzes negras nas mangas, subiram no carro, para levantá-la. Mas a menina afastou os alemães e, agarrando-se ao carro com uma das mãos, ergueu-se. A outra mão parecia quebrada, pendia como um chicote. E então ela começou a falar. No começo, ela disse algo que parecia alemão, e depois na nossa língua.

“Eu”, disse ela, “não tenho medo da morte. Meus camaradas vão me vingar. Nós venceremos de qualquer maneira. Você vai ver!”

E a menina começou a cantar.

– E você sabe qual música?

– A mesma que toda vez eles cantam nas reuniões e tocam no rádio pela manhã, à tarde e à noite.

– “A Internacional”?

– Sim, essa mesma música. Mas os alemães estavam de pé e ouvindo silenciosamente. O oficial que comandou a execução gritou algo para os soldados. Eles jogaram o laço no pescoço da garota e desceram do carro.
O oficial correu para o motorista e deu a ordem de se mover. Ele se sentou, todo branco, veja, ele ainda não estava acostumado a enforcar pessoas. O oficial pegou um revólver e gritou algo para o motorista. Pareceu que ele estava xingando. O motorista pareceu acordar e deu partida no carro
.

A garota ainda conseguiu gritar tão alto que meu sangue congelou em minhas veias: “Adeus, camaradas!”.

Quando abri os olhos, vi que ela já estava pendurada.

Aqui, uma pequena amostra das mulheres que lutaram contra o fascismo – e foram, muitas com a doação da própria vida, vitoriosas. Como foram milhões, não chega, nem pode, ser uma homenagem. Apenas uma amostra.

Preferimos não usar fotografias “colorizadas” – e publicar algumas (talvez muitas) cuja qualidade, em termos visuais, não é grande. Mas nos pareceu desnecessário embelezar aqueles momentos.

Espanha: “Y una mañana todo estaba ardiendo”

Guerra Civil Espanhola, 1936

A Guerra Civil Espanhola foi, para os ocidentais, o prenúncio do que viria (no Oriente, seria a segunda invasão japonesa da China, em 1937 – a primeira fora em 1931, quando a Manchúria fora anexada pelo império nipônico).

O verso acima é de Pablo Neruda, que, na época, estava na Espanha:

Y una mañana todo estaba ardiendo
y una mañana las hogueras
salían de la tierra
devorando seres,
y desde entonces fuego,
pólvora desde entonces,
y desde entonces sangre.
Bandidos con aviones y con moros,
bandidos con sortijas y duquesas,
bandidos con frailes negros bendiciendo
venían por el cielo a matar niños,
y por las calles la sangre de los niños
corría simplemente, como sangre de niños

(Pablo Neruda, Explico algunas cosas).

Apesar da derrota para o fascismo – somente a URSS apoiou a democracia espanhola, enquanto Hitler e Mussolini cumularam Franco de tropas e aviação de guerra – a luta na Espanha seria decisiva para as batalhas que viriam.

Guerra Civil Espanhola, 1936

 

Barcelona, 1936

 

Esperanza Rodríguez, combatente antifascista na Galícia, 1936

 

Esta é uma das fotos tiradas por Gerda Taro na Espanha. Ela e seu marido, o húngaro Endre Friedmann, creditavam suas fotos com o pseudônimo “Robert Capa”. Gerda, alemã e anti-hitlerista, morreu durante um ataque da aviação alemã a Villanueva de la Cañada. Depois de sua morte, o marido continuou utilizando o nome Robert Capa – e tornou-se um dos maiores fotógrafos da História.

 

Fanny Schoonheyt, voluntária holandesa no combate ao fascismo na Espanha, Barcelona, maio de 1937 (foto: Agustí Centelles).

 

 

Os intervalos da luta na Espanha

 

 

Marina Ginestá, francesa de família catalã, no telhado do Hotel Colón, em Barcelona, no dia 21 de julho de 1936
(foto: Juan Guzmán, nome adotado pelo fotógrafo alemão Hans Gutmann)

 

 

Guerra Civil Espanhola

 

 

Voluntárias antifascistas, próximas a Madri

 

 

Nas Brigadas Internacionais

 

 

Nas trincheiras

 

 

Guerra Civil da Espanha

 

 

La Pasionaria

 

O mundo contra o nazismo

 

Josephine Baker não foi apenas a rainha do Folies Bergère – isto é, do teatro de revista francês. Fez parte da Resistência, após a ocupação da França pelos nazistas. Na foto, depois da libertação de Paris, a tenente Baker, do exército francês.

 

 

Esta é Ada Gobetti, guerrilheira contra a ocupação alemã na Itália, escritora e líder antifascista. Depois da guerra, ela seria uma das fundadoras da Federação Democrática Internacional da Mulher (FDIM).

 

 

A defesa antiaérea na Inglaterra, durante os bombardeios nazistas.

 

 

O treinamento das voluntárias, na Inglaterra, à espera da invasão nazista.

 

 

As mulheres na defesa antiaérea, em Londres.

 

 

A defesa antiaérea do território inglês

 

 

Acampamento militar nos EUA

 

 

Simone Segouin, da Resistência Francesa

 

 

Resistência Francesa

 

 

O “maquis” – a Resistência no campo da França

 

 

O “maquis”

 

 

Combatentes da França Livre, 1944

 

 

Mães de Paris protegendo seus filhos das balas dos atiradores alemães (1944)

 

 

A insurreição de Paris contra os nazistas, 1944

 

 

A libertação da França

 

 

A libertação de Marselha

 

Sangue derramado

 

Sophie Scholl, alemã antinazista, da organização de origem católica Rosa Branca, presa ao distribuir panfletos na Universidade de Munique, decapitada pelos nazistas poucos dias depois, em fevereiro de 1943. Tinha 22 anos.

 

 

Mulheres de Stalingrado, depois que o bombardeio nazista destruiu o abastecimento de água, procuram suprir-se nas fontes da cidade.

 

 

Entre os escombros da casa, destruída pelo bombardeio nazista

 

 

Uma menina e seu gato entre os escombros

 

 

Lepa Svetozara Radic, guerrilheira sérvia, capturada pelos alemães após a batalha do Neretva, quando transportava feridos. Barbaramente torturada, recusou-se a entregar seus companheiros: “Não sou uma traidora do meu povo. Vocês saberão quem são eles quando vingarem a minha morte”. Foi enforcada. Tinha 17 anos

 

 

Invasão da URSS: executada pelos nazistas

 

 

Esta foto, publicada na revista Life, foi a menos chocante que encontramos sobre o massacre de Nanquim, em que 300 mil civis foram assassinados, em meio a sevícias atrozes, pelas tropas japonesas. A descrição da revista, sobre a mulher morta no chão, foi a seguinte: “Depois de ter sido despida e estuprada por um ou mais homens, enfiaram uma baioneta em seu peito e uma garrafa em sua vagina. Toda a família, inclusivre o bebê de um ano, foi massacrada“. O missionário norte-americano John Magee, que estava em Nanquim durante o massacre (provavelmente o autor da foto), fez uma descrição pouco diferente: “em 13 de dezembro de 1937 cerca de 30 soldados japoneses assassinaram todos, exceto dois, dos 11 chineses que moravam na casa número 5 de Xinlukou. Uma mulher e suas duas filhas adolescentes foram estupradas e soldados japoneses enfiaram uma garrafa e uma bengala em sua vagina. Uma menina de oito anos foi esfaqueada, mas ela e sua irmã mais nova sobreviveram. Elas foram encontradas vivas, duas semanas após os assassinatos, pela senhora da foto“. É ignorado o número de mulheres (incluindo crianças e idosas) que foram estupradas em Nanquim, durante as seis semanas do massacre. O Tribunal de Crimes de Guerra de Tóquio, estabelecido pelos norte-americanos após a rendição do Japão, estimou em 20 mil. Em seu livro “The Rape of Nanking: The Forgotten Holocaust of World War II”, Iris Chang mostra que existem evidências para muito além disso, possivelmente, 80 mil.

 

 

Cerca de 400 mil mulheres foram escravizadas sexualmente pelos militaristas nipônicos na Coreia, na China, nas Filipinas, na Indonésia e em outros países ocupados. Uma das sobreviventes, Lee Ok-seon, raptada aos 15 anos e tornada escrava sexual em uma “casa de conforto”, descreveu, em 2013, aos 88 anos, o que foi isso: “Era como um matadouro, mas não para animais e sim para humanos. Ali faziam coisas horríveis“. Ok-seon relatou que muitas preferiam a morte: “Umas se afogavam, outras enforcavam-se“. A escravidão sexual durante a II Guerra – e no caso da Coreia, bem antes – foi reconhecida como verdadeira pelo atual Estado japonês. Mas, segundo disse um político, o governador de Osaka, Toru Hashimoto, em 2013, durante uma entrevista coletiva, “essas casas eram necessárias para manter a disciplina dos soldados“.

 

 

A repressão nos territórios ocupados

 

 

Vera Voloshina, combatente soviética torturada e assassinada pelos nazistas em 29 de novembro de 1941. Tinha 22 anos.

 

 

Zoya Kosmodemyanskaya, integrante da mesma unidade que Vera Voloshina – e sua amiga. Quando lutava atrás das linhas alemãs, no dia 28 de novembro de 1941, foi presa, torturada e assassinada pelos nazistas, que tentaram humilhá-la diante da população do território ocupado. O crime foi perpetrado por membros da Wehrmacht – o exército alemão, não pelas SS ou a Gestapo. Zoya, até o fim, disse chamar-se Tanya. Depois de espancada brutalmente, foi colocada no gelo – era inverno – quase despida e suas pernas congelaram. Às 10h30min do dia 29, Zoya foi levada em direção à forca com uma placa no pescoço em alemão e russo: “Incendiária de casas”. Uma testemunha descreveu os momentos finais do crime: Ao redor da forca havia muitos alemães e civis. Eles a levaram à forca, mandaram abrir o círculo ao redor da forca e começaram a fotografá-la. Ela gritou: “Cidadãos! Você, que não levanta os olhos, precisa ajudar a lutar. Essa minha morte é minha conquista”. Depois disso, um oficial acenou, enquanto outros gritaram com ela. Então, ela disse: “Camaradas, a vitória será nossa. Soldados alemães, antes que seja tarde demais, rendam-se!” O oficial alemão gritou violentamente. Mas ela continuou: “Rússia! A União Soviética é invencível e não será derrotada”, disse no momento em que estava sendo fotografada. Um alemão se aproximou e começou a colocar o laço. Naquele momento, ela gritou:“Não importa quantos de nós sejam enforcados, nós somos mais, somos 170 milhões. Nossos camaradas me vingarão!”. Isso ela já disse com um laço no pescoço. Ela queria dizer mais alguma coisa, mas naquele momento a caixa foi removida debaixo de seus pés e ela ficou pendurada. Segurou a corda com a mão, mas o alemão apertou as mãos dela.” Zoya tinha 18 anos.

 

 

Ao saber do suplício de Zoya, Stalin emitiu uma ordem: “Não fazer prisioneiros na 197ª divisão alemã”. Era a unidade a que pertenciam os carrascos.

 

Destruindo o mal

A invasão da União Soviética pela Alemanha nazista foi o mais criminoso e o maior banho de sangue da História, é justo dizer, o maior genocídio: 15% da população da URSS morreu na guerra, cerca de 27 milhões de soviéticos (recentemente, um último levantamento, realizado por historiadores ocidentais, elevou esse número para 28 milhões e 400 mil seres humanos, mas, aqui, mantivemos o número do levantamento soviético realizado na segunda metade da década de 80 do século passado).

Entretanto, ali o nazismo foi derrotado.

Abaixo, como de resto no conjunto desta página, as soviéticas têm mais presença do que suas companheiras de outros países. Mas isso é apenas uma contingência da História – um dever para com a verdade.

Em nenhum outro país a participação feminina foi tão intensa na guerra. Duzentas mil mulheres foram condecoradas durante a guerra – e 89 receberam o título de Heroína da União Soviética.

Portanto, a presença das mulheres soviéticas nas fotos abaixo é apenas um reflexo da realidade, que, se tem algum problema, consiste em sua sub-representação.

 

Durante a II Guerra Mundial, a Escola Central Feminina de Treinamento de Atiradoras do Exército Vermelho formou 1061 atiradoras e 407 treinadoras de atiradores. As atiradoras formadas pela escola abateram 11.280 soldados e oficiais inimigos.

 

 

Atiradoras soviéticas

 

 

Na Bielorrússia, a camponesa Anastasia Petrovna Shish se despede de seu filho, comandante de um destacamento guerrilheiro

 

 

Cerco de Leningrado

 

 

Esforço de guerra nos EUA

 

 

Comandante de pelotão de metralhadora A. Kochneva

 

 

Em primeiro plano, a atiradora Lyuba Makarova, Frente de Kalinin, 1943

 

 

“O fascismo é o pior inimigo das mulheres! Levanta-te e luta contra ele!”

 

 

Atiradoras do Terceiro Exército de Choque Soviético, maio de 1945

 

 

Esforço de guerra nos EUA: as mulheres substituem os homens nas fábricas

 

 

“As mulheres estão dispostas a dirigir tratores no lugar dos homens que lutam contra o fascismo”

 

 

Em Pearl Harbor

 

 

Dirigindo a moto, uma integrante do Exército Vermelho; na garupa, uma integrante do contingente polonês que lutou na Frente Oriental.
Dirigindo a moto, uma integrante do Exército Vermelho; na garupa, uma integrante do contingente polonês que lutou na Frente Oriental

 

 

Guerrilheiras italianas

 

 

Guerrilheiras chinesas

 

 

No Exército Vermelho, 1944

 

 

Pelas leis soviéticas, a idade mínima para o serviço militar – tanto para os homens quanto para as mulheres – era 18 anos. Mas quando a guerra é de todo um povo contra um ocupante, não são apenas aqueles em idade legal que pegam em armas. Porque não se trata de serviço militar, mas de defesa da Nação

 

 

Guerrilheiras soviéticas

 

 


por Carlos Lopes | Texto original em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV (Hora do Povo) / Tornado

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