Candidatos bolsonaristas são rejeitados pelos brasileiros.
Não dá para confiar nas pesquisas eleitorais nem em períodos normais. Pior ainda em tempos de pandemia, de redes sociais e de fake news – só para citar alguns fatores desestabilizadores do voto. Mesmo assim, as mais recentes pesquisas parecem indicar três grandes tendências no pleito deste domingo (15):
Refluxo da onda de extrema-direita
O bolsonarismo não cativou o eleitorado e pode ser o maior derrotado nas urnas. Dos seis candidatos apoiados pelo “capetão” a prefeito nas capitais, quatro já naufragaram (São Paulo, Recife, Manaus e Belo Horizonte) e só dois ainda têm alguma chance de ir ao segundo turno (Rio de Janeiro e Fortaleza).
Na capital cearense, o tal Capitão Wagner até tentou esconder o apoio do presidente. Já na capital paulista, o midiático-picareta Celso Russomanno também decidiu ocultar o “capetão” na reta final, mas já era tarde. Jair Bolsonaro também apoiou candidatos a prefeitos fora das capitais, mas todos afundaram.
A onda de extrema-direita no país – que resultou no golpe do impeachment contra Dilma Rousseff e chocou o ovo da serpente fascista com vitória de Bolsonaro – parece que sofrerá um revés nesta eleição. Mesmo os tais “outsiders”, os da antipolítica que surpreenderam nos pleitos de 2016 e 2018, agora estão em baixa.
Forças tradicionais ressuscitam
A segunda tendência é que as forças de centro-direita e direita devem ressuscitar. Partidos tradicionais e do establishment, como DEM e PSDB, que estavam cambaleantes, ressurgem com força nos centros urbanos. A negação da política e a satanização das esquerdas, patrocinadas pela mídia, parece que agora dão frutos.
Setores da cloaca burguesa, com forte expressão na mídia, apostam no caminho do meio, do “centro”. Eles temem o autoritarismo político e as maluquices obscurantistas do bolsonarismo; mas não toleram as forças de esquerda. Daí a aposta nos candidatos “tradicionais”, nas velhas raposas da política.
A incógnita sobre as forças de esquerda
A terceira tendência, a que está menos nítida, é sobre o desempenho das esquerdas. Elas sofreram duras derrotas nos últimos anos e seguem sendo demonizadas pela mídia. Em 2016 e 2018, os revezes nas urnas foram terríveis. A catástrofe não deve se repetir agora, o que indicaria uma certa recuperação das esquerdas.
Em três capitais, as forças populares têm possibilidades reais de vitória. Em Porto Alegre (RS), com Manuela D’Ávila (PCdoB); Vitória (ES), com João Coser (PT); e Belém (PA), como Edmilson Rodrigues (PSOL). Em São Paulo e Rio de Janeiro, as disputas estratégicas ainda vão gerar muita tensão e adrenalina. As forças de esquerda também disputam várias cidades de porte médio. A conferir!
por Altamiro Borges, Jornalista, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé | Texto original em português do Brasil
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