Depois do não de Nuno Melo à hora do almoço, o sim de Assunção Cristas foi confirmado à hora do jantar. A ex-ministra da Agricultura decidiu entrar na corrida para a liderança do CDS, com o objectivo de vir a sentar-se na cadeira que ainda é, nesta altura, de Paulo Portas. Apesar de apresentar a candidatura umas horas depois do euro-deputado esclarecer a sua posição, diz que não foi isso que a levou a dar este passo, uma vez que “a decisão há muito que estava tomada”.
Assunção Cristas não perdeu tempo a atirar-se ao governo de António Costa, ou melhor, ao “desgoverno” que “torna tudo aparentemente fácil”, que “desfaz sem gradualismo e sem critério aparente, que desconfia do sector privado e social” e que até já dá “sinais desmobilizadores à iniciativa privada e estrangeira”.
O trabalho que tem pela frente não é fácil, mas diz acreditar que há condições para o CDS “crescer e afirmar-se”, até porque “o fantasma do voto útil deixou de fazer sentido”. Consigo à frente do partido, a relação com o PSD vai continuar a ser “próxima e de diálogo”, mas o seu objectivo essencial é fazer crescer o CDS de forma a torná-lo “uma parte cada vez mais robusta de uma alternativa a uma governação apoiada nas esquerdas radicais”.
Promete muito diálogo e a busca de consensos internos, mas também uma “oposição forte, inteligente, estruturada, fundada em argumentos válidos e focada em alternativas construtivas”, de forma a, quando chegar o momento, haja a convicção de que “seremos os melhores para governar”.