Está a decorrer, em vários países, um estudo com o objectivo de conhecer e sensibilizar sobre as necessidades por satisfazer das pessoas com diabetes, para que deste modo seja mais fácil o diálogo e a colaboração e fortalecer o envolvimento dos doentes, aumentando a autogestão e o apoio psicossocial no tratamento da diabetes.
Os dados recolhidos a nível internacional mostram que muitas das pessoas que têm diabetes ainda enfrentam vários desafios em áreas como a autogestão da doença, a adesão à terapêutica, o acesso e o envolvimento nos cuidados. Os resultados do Dawn2 referentes a 17 países, ainda sem os dados de Portugal, mostram que a doença tem um impacto negativo em vários aspectos do quotidiano e na qualidade de vida das pessoas com diabetes e dos seus familiares.
O estudo evidencia, ainda, que a educação desempenha um papel vital para melhorar a condição e a qualidade de vida das pessoas com diabetes, contudo cerca de metade dos participantes do estudo nunca frequentaram um programa educacional. Para além disso, o Dawn2 revelou que 1 em cada 5 pessoas com diabetes já se sentiram discriminados devido à sua condição.
“Os resultados do estudo serão usados para identificar formas de melhorar a assistência e o apoio a pessoas com diabetes e às pessoas que lhes são próximas. Os resultados serão partilhados com instituições e associações que acompanham estas pessoas. A participação de Portugal neste estudo faz todo o sentido tendo, especialmente, em atenção que é o país da Europa com a mais alta prevalência de diabetes”, comenta João Raposo, director clínico da APDP.
“Os dados dos restantes países que integram o Dawn2 mostram-nos que existe, ainda, um longo caminho a percorrer no que concerne à diabetes. Para além da auscultação junto de pessoas com diabetes e dos seus familiares, um dos factores distintos que torna este estudo tão completo é que também envolve os profissionais de saúde. Estamos muito entusiasmados com a inclusão de Portugal neste estudo e expectantes para sabermos se os resultados a nível nacional estão alinhados com as evidências dos restantes países”, refere o especialista.