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Quinta-feira, Janeiro 23, 2025

A Banca e a saída da crise

Jorge Fonseca de Almeida
Jorge Fonseca de Almeida
Economista, MBA, Pos-graduado em Estudos Estratégicos e de Segurança, Auditor do curso de Prospectiva, geoeconomia e geoestratégia, Doutorando em Sociologia

Jorge Fonseca de Almeida, EconomistaApesar do saldo positivo do actual governo do Partido Socialista, ancorado à sua esquerda pelo Bloco e pelo Partido Comunista que têm vindo a pressionar no sentido de repor direitos e de encontrar soluções socialmente mais justas, há que reconhecer que o país contínua estagnado, a população continua a diminuir, o

emprego a subir a um ritmo inferior ao da entrada de jovens no mercado de trabalho, as filas para as cantinas sociais a aumentar, a emigração a esvair o país e acima de tudo o investimento mantêm-se a níveis tão baixos que não chegam para repor a simples depreciação dos equipamentos.

Este último aspecto é particularmente preocupante na medida em que o envelhecimento do aparelho produtivo vai minando a capacidade de recuperação económica do país.

Nos dias de hoje, em que a técnica evolui constantemente, as tecnologias envelhecem rapidamente e sem investimento que as vá actualizando tornam-se obsoletas, pouco produtivas, fazendo recuar a competitividade do país.

Os números são claros o investimento retraiu-se de forma abrupta e muito pronunciada na sequência da intervenção da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional. Está na hora de inverter a situação.Gráfico: Banca criseGrande prioridade deve ser dada ao investimento produtivo, público e privado, mas isso não pode ser feito sem um sector bancário recuperado e funcional. A Banca é o actor principal no financiamento à economia.Os accionistas privados dos bancos parecem não estar dispostos a capitalizá-los de forma adequada para que possam expandir o crédito, que como se sabe continua a retrair-se.

cgd

Nesse sentido é importante que o Governo:

  1. capitalize a Caixa Geral de Depósitos para que esta possa limpar o seu balanço e apoiar o investimento;
  2. intervenha nacionalizando sempre que os privados não queiram ou não possam assegurar a correta capitalização dos bancos;
  3. aja no sentido de manter em mãos nacionais, públicas ou privadas, parte significativa do sector financeiro de modo a garantir o financiamento ao sector produtivo nacional.

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