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Sábado, Dezembro 21, 2024

Banhista de Valpinçon, Ingres

Guilherme Antunes
Guilherme Antunes
Licenciado em História de Arte | UNL

“Banhista de Valpinçon”, de Ingres. Jean-Auguste Dominique Ingres foi um pintor e desenhista francês.

Academicista, “reaça” e, talvez o pior de tudo, viam-no ao serviço político/artístico de Napoleão. Homem vaidoso, mesmo que a crítica o desencorajasse a cada passo, não lhe dava troco.

Classicista rígido e estéril, diziam. Delacroix, o revolucionário do Romantismo, tinha-lhe asco e Baudelaire, grande amante da pintura, dizia que Ingres pintava «com a frieza de um cirurgião».

Retratista notável e mestre inconfundível do desenho, oferece-nos uma banhista em tons matizados, com uma geografia simples e de construção tendencialmente rafaelita. Repare-se como é vistoso aquele corpo ensolarado numa pele lisa, macia, com manifesta sensualidade. Era um indefectível do grande mestre renascentista.

Possuía uma concepção anatomicamente rigorosa e pintava religiosamente como uma absorção científica, em que só lhe interessava «a reprodução honesta da realidade».

Um grande da História de Arte para uns, nem tanto para outros.

Informação adicional

Artista: Jean-Auguste Dominique Ingres
Título: La Baigneuse
Criação: 1808
Local: Museu do Louvre, Paris
Período: Neoclassicismo
Suporte: Lona


Nota da Edição

Jean-Auguste Dominique Ingres 1780-1867

Mais conhecido simplesmente por Ingres, foi um celebre pintor e desenhista francês, na passagem do neoclassicismo para o romantismo. Foi um discípulo de David e em sua carreira encontrou grandes sucessos e grandes fracassos, mas é considerado hoje um dos mais importantes nomes da pintura do século XIX.

Ingres preferia os retratos e os nus às cenas mitológicas e históricas. Entre os seus melhores retratos contam-se Bonaparte Primeiro Cônsul, A Bela Célia, O Pintor Granet e A Condessa de Hassonville. Nos nus que pintou (A Grande Odalisca, Banho Turco e, sobretudo, A Banhista) é patente o domínio e a graça com que se serve do traço. A sua obra mais conhecida é Apoteose de Homero, de desenho nítido e equilibrada composição.

A crítica moderna tende a considerá-lo como uma encarnação do mesmo espírito romântico que ele procurava evitar – opinião que foi expressa também por vários de seus contemporâneos -, enquanto que suas distorções expressivas de forma e de espaço o tornam um precursor da arte moderna, exercendo influência sobre artistas como Degas, Picasso, Matisse e Willem de Kooning, entre outros.


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