“Por el bien de España, hay que bombardear Barcelona una vez cada 50 años”.
A frase do comandante das forças de Madrid que tomaram de assalto Barcelona, em 1842, ficou na memória dos catalães. Mas tinha apenas passado um ano e Barcelona voltou a ser bombardeada pelas forças de Madrid. “Horror”, gritou então a Catalunha. Estes bombardeamentos eram, no século XIX, feitos pela artilharia madrilena. O século XX trouxe uma inovação: o bombardeamento aéreo.
Barcelona foi a primeira cidade europeia a sofrer bombardeamentos aéreos massivos. Em Janeiro de 1938, numa acção de apoio ao golpista Franco, aviões italianos e alemães arrasaram a cidade inaugurando uma prática que, pouco tempo depois, iriam tentar com outras cidades europeias (Londres é o caso mais conhecido) e que acabaria, anos mais tarde, por ter a resposta adequada nos ataques aéreos à Alemanha, ordenados pelo General “Bomber Harris”, que arrasaram várias cidades industriais alemãs.
O ciclo que terminou com o arraso de Berlim tinha sido iniciado, por fascistas e nazis, na cidade mártir de Barcelona. Ocupada, mais tarde, pelas tropas de Franco, Barcelona foi tratada como território conquistado e ocupado. Até à queda do ditador, em 1975, apenas por falar catalão qualquer um podia ser preso. E todas as lápides dos cemitérios, escritas em catalão, foram arrancadas e destruídas…
De 1975 a 2019 vão quase os tais 50 anos.
Exclusivo Tornado / IntelNomics