Esta intenção de injectar ainda mais dinheiro público nos bancos privados foi revelada pelo próprio dirigente do BCE durante uma conferência organizada pela Universidade da Opus Dei, vulgo “Universidade de Navarra”, em que Constâncio era convidado.
Constâncio pretendeu apresentar um “reflexão profunda” sobre a situação da banca europeia para “corrigir falhas dos mercados”, muito fragilizados no pós-Brexit…
É nesta “reflexão profunda” que Constâncio baseia a proposta de “uma pequena ajuda pública que estabilize de forma notável o sector bancário”.
O homem que um dia pretendeu dirigir o Partido Socialista (e que Mário Soares, já em Belém, fez o favor de enxotar) justifica-se dizendo que “só um sector bancário sólido e rentável pode servir a economia e financiar o crescimento económico que necessitamos” (o que é precisamente o que, há muito, a banca não faz pois escolheu outras prioridades especulativas, como lhe poderá explicar o seu colega Mario Draghi ex-Goldman Sachs, caso ele não tenha sido informado).
O evento, com o título “European Banking Industry: What’s Next?”, ocorreu na sede da sociedade de advogados Cuatrecasas, Gonçalves Pereira, em Madrid, e foi organizado pelo Máster de Banca y Regulación Financiera de la Facultad de Económicas de la Universidad de Navarra.