Durante o debate, Catarina Martins salientou que “o BE não faz parte do governo PS”, e que este acordo tripartido é de incidência parlamentar. Mas tudo fará “para que este governo se mantenha em funções melhorando as condições de vida dos portugueses e mudando o registo de austeridade seguido pelo anterior governo PSD/CDS”.
A coordenadora do BE começou por dizer que o “principal objectivo é a negociação com o governo para melhorar a política do momento e ver quais os maiores problemas que o país atravessa”.
E acrescentou “Tentar unir todas as pessoas que querem parar a política de pobreza”. Catarina afirma que “quer seguir um caminho diferente. Conseguiu travar os cortes nos salários e nas pensões e garantir que há condições para subir os rendimentos das pessoas”.
Para o BE “o país e a economia estão a reagir e é possível viver sem o discurso dos cortes. É necessário investimento público para criar emprego e o país possa crescer”.
Criticou o governo anterior pois “única coisa que fizeram foi obedecer a Bruxelas” e defende que “o caminho certo é a reestruturação da dívida pois estamos a dar todos os anos milhões em juros. A banca internacional especulativa obriga-nos a pagar a mesma dívida várias vezes. Ou seja, dívida sobre dívida”.
Quanto à Caixa Geral de Depósitos, o BE é contra a privatização “pois se isso acontecer deixaremos de ter controlo sobre o investimento e a economia”.
A uma pergunta de Joaquim Jorge, fundador do CdP, sobre o código de conduta, aprovado recentemente pelo governo , para quem exerce funções públicas, se é suficiente apenas proibir a possibilidade de receber prendas até 150€, Catarina Martins respondeu que “para o combate ao tráfico de influências e pela transparência, nenhum código de conduta se substitui ao bom senso que as pessoas têm que ter”.
Terminou afirmando ter “muito orgulho em estar no BE pois é um partido muito aberto; conseguiu quebrar a rotatividade PS/PSD e agora consegue impôr algumas políticas” em que acredita.
Ao Jornal Tornado, Joaquim Jorge referiu “algo inédito , pela primeira vez , a presença de um cidadão francês na assistência, que questionou Catarina Martins, em francês, sobre a posição do BE na Europa. Foi feita a respectiva tradução e Catarina Martins respondeu”.
“O Clube dos Pensadores internacionalizou-se através da plateia , não por ter um convidado estrangeiro…”, afirmou, com agrado, Joaquim Jorge que se congratulou por “um bom recomeço do Clube dos Pensadores com casa cheia e a prometer mais debates”.