Ele arquitecto.
Ela Engenheira.
Era o 20º aniversário do casamento e tendo ouvir falar tanto mal e tanto bem do Bar dos Canalhas, cansados que estavam de serem muito certinhos, resolveram ir comemorar por lá, sentir e até viver alguma senilidade, pois há muito que aqueles cérebros andavam à procura de respostas.
E lá foram dispostos a não olhar a despesas.
Enquanto ouviam um cidadão anónimo a gesticular e a recitar um poema qualquer intitulado «gosto de te beijar isto e aquilo», pediram lagosta, vinho branco e uns queijos.
Comeram e beberam como há muito não faziam, regressando a casa levemente embriagados.
A brincar ele pegou nela ao colo e carregou-a até à cama.
Num vestido da moda ela estava bastante desejável para uma mulher com cerca de 40 anos ou um pouco mais.
Ele retendo na memória pedaços do tal poema foi-lhe tirando a roupa, peça a peça.
Explorando-a inteiramente nua, como se fosse pela primeira vez, ele verificou algo perturbado que o corpo dela mostrava uma porção de estrias e veias azuis.
A partir daí nem as melhores e mais elaboradas palavras foram capazes de lhe substituir o pensamento.
E foi assim que no dia seguinte voltaram aos bolinhos doces e o respectivo pelotão sexual a manter o desejo austeramente sob controle.
Fosse sobre isso ou fosse sobre aquilo.