As autoridades belgas suspenderam de forma temporária o acordo de Schengen, que permitia a circulação livre de pessoas entre algumas fronteiras internas da União Europeia, sem recurso a passaporte. Jan Jambon, ministro do interior da Bélgica, anunciou que a decisão se deve ao facto da França ponderar a evacuação da chamada “selva de Calais”, nome dado ao campo de refugiados aí existente, e que alberga cerca de 4 mil pessoas.
As autoridades belgas temem que o encerramento do campo provoque um novo fluxo de migrantes e já destacaram entre 250 a 290 agentes policiais para as fronteiras do país, “para locais utilizados por traficantes que a polícia detectou”, afirmou o ministro.
Os migrantes têm tentado atravessar para Inglaterra através das costas a norte de França, mas desde que o controle fronteiriço foi reforçado, optaram por tentar a travessia a partir dos portos da Bélgica.
Entretanto, de acordo com a RT, um tribunal francês na cidade de Lille adiou uma decisão judicial sobre um processo iniciado por oito organizações não-governamentais. Estas ONG pretendem travar o fecho da “selva de Calais”, pelo menos até que seja garantido o acompanhamento de todas as crianças aí residentes.
As autoridades francesas pretendem esvaziar o campo de refugiados e deslocá-los para outros locais, nomeadamente, um campo próximo, preparado para acolher 1500 pessoas. Este campo, cujas instalações custaram 25 milhões de euros aos cofres públicos franceses, consiste em antigos contentores de navios remodelados com electricidade, aquecimento e camas.