A importância das eleições de dia 2 de Março
Faltam 6 dias para as eleições em Israel: as pesquisas de opinião e as projeções de votos terão efeito de entusiasmar aqueles que, se votarem, podem mudar o curso do panorama político vigente em Israel?
Com Gantz a parecer fazer um esforço desanimado, e Netanyahu muito matreiro, a querer manter o poder, os eleitores da centro-esquerda parecem desesperar desesperar antes mesmo das eleições começarem.
Nos últimos 40 anos, os israelitas que votam em partidos centristas ou esquerdistas mantêm um mesmo padrão de comportamento. Esquerdistas do centro criticam seus candidatos, desanimados pelas lutas internas dos respetivos partidos. A campanha eleitoral vai evoluindo e apesar de tudo a esquerda dá sinais de estar interessada e de querer manifestar-se pelo voto. As pesquizas publicadas sobre a intenção de voto, ajudam. Começa a ser tradição delirante no dia das eleições, entusiasmos convulsivos antes dos resultados confirmados, discursos de vitória de líderes sequiosos de protagonismo, pelos quais se tornam fonte de risos para a restante vida politica.
Analistas enviesados e consultores de propaganda política aproveitam a ocasião. Dá-se o dito por não dito, as sondagens começam a espiralar no sentido descendente, gera-se medo semelhante ao do coronavírus. E à boca das urnas mais um desaire. Infelizmente.
O partido Likud do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deve ser o maior partido representado no Knesset na eleiçãode dia 2 de março, de acordo com uma pesquisa divulgada segunda-feira pelo Channel 13 News, que também mostra o partido de Benny Gantz, o Kahol Lavan, a perder quatro deputados.Segundo a pesquisa, o Likud conseguiu 33 cadeiras, comparado aos 32 de Kahol Lavan
Segundo a pesquisa, o terceiro maior partido seria a aliança Joint List de partidos liderados por árabes com 14 assentos, seguida pela aliança Labor-Gesher-Meretz de esquerda, com 10. A coligação Yamina de direita, chefiada pelo ministro da Defesa Naftali Bennett deverá conseguir oito cadeiras.
Yisrael Beiteinu, do Avigdor Lieberman – o partido com mais poder para romper um possível impasse na construção de uma coligação governativa terá oito assentos também.
Dos países estrangeiros, sobretudo dos presumíveis aliados, vêm achas para a fogueira. Com os estados Unidos da América a fazer bicos de pés, na ribalta.
O senador Bernie Sanders, que lidera a disputa pela indicação presidencial pelos democratas, disse há dias no debate na Carolina do Sul que tencionava reverter a decisão do presidente Donald Trump, de transferir a embaixada dos EUA em Israel para Jerusalém, acrescentando muito fluentemente que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é “um racista reacionário“.
Bernie Sanders declarou que está “muito orgulhoso po ser judeu” e que “viveu em Israel por vários meses”, referindo-se ao seu voluntariado num kibutz no norte de Israel na década de 1960.
Sanders disse, no entanto, que “agora, infelizmente, tragicamente, Israel tem um racista reacionário que agora administra esse país”, referindo-se a Netanyahu. Sanders acrescentou que, se eleito presidente, ele “protegerá absolutamente a independência e a segurança de Israel, mas não se pode ignorar o sofrimento dos palestinianos“.
Diplomatas israelitas vieram criticar as estrepitosas opiniões de Sanders , e entre eles ,Yisrael Katz, Ministro dos Negócios estrangeiros israelita, alegou que aqueles que apoiam Israel não apoiariam Sanders após suas declarações, enquanto que afirmava contraditoriamente que Israel não intervirá no processo eleitoral dos EUA.
Embora a ousada incursão na política doméstica americana do referido ministro israelita que declarou que não havia um judeu no mundo que “não sonhasse com Jerusalém” e que as palavras de Sanders eram tão severas que ele não teve escolha a não ser responder.
“Não nos metemos no processo eleitoral interno americano, que é esplêndido”, disse Katz à Army Radio, antes de frisar que Bernie Sanders tinha uma longa história de ataque a Israel e aos mais sagrados simbolos da sua identidade e segurança nacional.
“Naturalmente, as pessoas que apoiam Israel não apoiarão alguém que vá contra essas coisas”, insistiu.
Os comentários de Sanders no debate vieram depois que ele anunciou recentemente que recusava estar presente num encontro do lobby pró-Israel AIPAC, a que chamou de “plataforma do fanatismo”.
No tal debate, a candidata democrata Elizabeth Warren incentivou negociações diretas com os palestinianos, e o multimilionário candidato Bloomberg propôs a solução de dois estados.
E assim vai o mundo onde a maior esperança parece ser de que a China seja capaz de produzir uma vacina efetiva contra a ameaça do Coronavírus.
De notar que nesta campanha eleitoral Netanyahu voltou-se para a questão mais importante de todas, um tópico ao qual ele voltou várias vezes desde que o campo de gás natural do Leviatã começou a produção há um mês, e que são as miríficas reservas de gás de Israel e o acordo-quadro sobre como a indústria é regulamentada.
Dinheiro e lucros são argumentos de peso! E estão acima de ideologias, religiões e outras questões menores.
Por opção do autor, este artigo respeita o AO90