Joe Biden ganha em 9 de 14 estados nas primárias do Partido Democrata na Super Terça e reanima sua campanha para afastar o socialismo de Bernie Sanders.
Joseph (“Joe”) R. Biden Jr. teve a dianteira, face a Bernie Sanders, na Super Terça (3), quando ocorreram eleições primárias para indicar o candidato do Partido Democrata que enfrentará o republicano Donald Trump. A Super Terça, em 14 estados, é uma etapa importante para a indicação do candidato democrata para a eleição presidencial, escolha que ocorrerá na convenção partidária de julho.
Biden venceu em nove estados: Texas, Virgínia, Carolina do Norte, Alabama, Oklahoma, Tennessee, Minnesota, Arkansas e Massachusetts. Sanders venceu nos demais e liderou na Califórnia, importante por ter o maior úmero de delegados: 415. Com o resultado, até o momento Biden acumula 453 delegados para a convenção de julho; Bernie Sanders tem 382; e a lanterninha, Elizabeth Warren, fez 50.
A disputa ainda tem chão pela frente, mas Biden – cuja campanha estava em crise – reanimou-se e venceu entre o eleitorado feminino e negro, com boa atuação entre os eleitores mais velhos e mais conservadores. Sanders, por sua vez, é forte entre os latinos e os jovens, embora menos do que esperava, como ele mesmo reconheceu depois da Super Terça. “Tivemos o sucesso que eu esperava em atrair jovens? A resposta é não”, disse numa entrevista coletiva realizada na quarta-feira (4).
Nos EUA, Sanders é um visto como muito radical – ele próprio se define como socialista democrático – e isso se reflete no eleitorado do Partido Democrata que, na Super Terça, pareceu preferir o moderado Joe Biden, que foi vice-presidente de Barack Obama. Sanders defende um sistema de saúde estatal, mais facilidades no ensino superior e um sistema tributário com mais impostos para os mais ricos, e outras políticas para redistribuir a riqueza e atacar a disparidade de renda.
Biden, em contrapartida, defende um programa mais tradicional – e diz que a reforma de saúde de Sanders não é viável financeiramente. Além disso, agita o temor, entre os democratas, de que o progressismo de Sanders pode afastar eleitores, favorecendo a reeleição de Donald Trump. Muitos daqueles que escolheram Biden nesta terça-feira disseram preferir um candidato capaz de derrotar Trump, acatando um argumento defendido por Biden na campanha.
Nos EUA, acentua-se o braço de ferro entre o antineoliberal Bernie Sanders e o democrata moderado Joe Biden – uma luta que opõe programas radicalmente diferentes e cujo resultado terá, com certeza, reflexos em todo o mundo.
Texto em português do Brasil