O estilista Ronaldo Fraga postou em suas redes um texto conciso mas certeiro sobre a lavagem cerebral em curso, que tomo a liberdade de reproduzir porque toca num ponto essencial para a luta de resistência.
É intrigante a falta de reação popular aos desatinos do governo Bolsonaro, a medidas que retiram direitos e conquistas, às ofensas constantes ao grupos sociais e minorias, ao desmonte das instituições e políticas públicas, e à insensibilidade diante do desemprego e do empobrecimento crescente. Elza Soares já falou em barbitúricos na água e Lula em uma anestesia geral. A resposta, entretanto, nós conhecemos, embora não em detalhe: o povo continua sendo bombardeado por Fake News via whatsaap, como na campanha, pelas milícias digitais do bolsonarismo.
Aliás, o “dispositivo” de disparos anda tão potente que para os uruguaios foram disparadas mensagens ameaçando quem não votasse neste domingo contra a Frente Ampla, de esquerda.
O estilista Ronaldo Fraga postou em suas redes um texto conciso mas certeiro sobre a lavagem cerebral em curso, que tomo a liberdade de reproduzir porque toca num ponto essencial para a luta de resistência: precisamos furar a bolha que aprisiona milhões de brasileiros nas lorotas ideológicas, nas mentiras que demonizam tudo e todos que estão além do bolsonarismo. Do contrário, seguiremos falando para os esclarecidos e convertidos ao imperativo de mudar o atual quadro de desolação.
Diz ele:
“Se alguém tem uma vaga esperança de que o povo brasileiro esteja despertando para quem é Bolsonaro, sugiro muito sair de nossas bolhas e ir ver o que a massa, o povão, anda compartilhando, assistindo e divulgando lá fora. O povo segue sendo bombardeado por Fake News num ritmo nunca visto.
Tem vídeo, editado e manipulado, de Cabo Daciolo dando esporro em Boulos. Tem vídeo da Mariele (com velocidade reduzida para sua voz parecer arrastada como a de uma drogada), defendendo o abordo. E milhares xingam nos comentários e dizem que sua morte foi “justiça divina”. Tem vídeo de quadrilha de traficantes sendo presa e vestindo camisa Lula Livre. Tem vídeo de “navio venezuelano jogando petróleo no mar do Nordeste”. Na verdade é um navio português fazendo a dragagem de areia em um canal de Matosinhos. Tem de tudo o que você possa imaginar.
7 n yO que me agonia é saber que de nossos trocentos zilhões de posts, nada chega ao povo. Os algoritmos do Facebook e do Insta há muito não deixam estes dois universos interagirem. Você pode fazer 20 posts por dia. Nenhum deles vai chegar ao povo bolsonarista, assim como nada deles vai aparecer em seu feed. O cenário é desesperador”.
Sendo as coisas deste jeito, não é imperativo político maior do que furar a bolha. Mas como?
A voz de Lula é talvez a única que pode ser ouvida neste universo, mas também ela esbarra no muro digital que separa os dois mundos.
Texto original em português do Brasil
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