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João de Sousa

Quarta-feira, Julho 17, 2024

Brasil. A segunda volta

Lula da Silva, o operário que já foi presidente, e Jair Bolsonaro, o militar ainda presidente, discutem nas urnas a segunda volta de uma eleição que fará de um deles o presidente para um novo ciclo político da república presidencialista do Brasil, em um processo inquinado por interesses múltiplos de todos os quadrantes sociais. Desde os mais pobres aos mais poderosos. Uns, simplesmente porque querem viver, e outros, simplesmente porque querem continuar a viver do usufruto do rendimento do trabalho  alheio mas também de malabarismos paralelos que envolvem a riqueza pública gerada por todos os agentes económicos envolvidos e que, na prática,  reduzem a força de um povo a um gesto manipulado desde a infância através de condicionalismos educativos e, por consequência, formativos,  subjugando a vontade que a seu tempo será vertida em opção de voto.

Uma fórmula ancestral redutora do pensamento livre e do exercício democrático de forma a balizar a espiral assimétrica do edifício social concentrando toda a riqueza existente em pequenos grupos que por detrás dos diversos poderes em exercício ditam as regras que lhes convém no momento, para o momento, e de combate ao futuro capaz de os ultrapassar por vicissitudes circunstanciais de sobrevivência e de sustentabilidade da vida em sociedade.

Aos dois eixos opostos, o do retrocesso civilizacional e o do progresso civilizacional, respondem os dois candidatos de forma difusa e sem consistência tal é a verborreia que dislatam sem qualquer indicador ao eleitorado sobre o Brasil que querem para o futuro, como se o eleitor num exercício iluminista consiga percepcionar  por antecipação numa conjuntura social e de circunstâncias em que a confusão reina ao ponto de ser de difícil percepção concluir que há interesses comuns a serem revertidos e interesses individuais a serem tidos por interesses comuns encaminhando dessa forma o voto no sentido avesso ao do efetivo interesse do cidadão comum e eleitor.

As velhas oliveiras que resistem a podas extremas existentes mesmo na praça principal de Ponte de Lima defronte da ponte romana; do Rio Lima; de uma obra de arte construída em bronze dando mote ao meio agrícola em que se insere e onde pontuam a junta de bois, os trabalhadores agrícolas, o arado e o espigão; mais a coluna militar romana que na margem, apeada, olha o cavaleiro General  Décius Július Brutus já na outra margem do rio e que os chamava, um a um, pelo nome,  afim de a coluna militar atravessar o rio. A Ponte viria a ser construída possivelmente no século I sob o governo do Imperador Augusto aquando da invasão Romana da Península Ibérica, não acompanharam este percurso da história da vila mas terão “ouvido” muitas conversas de Limianos sobre o Brasil onde estiveram emigrados mas também de Brasileiros emigrados na vila onde residem e trabalham.

Porque, do outro lado do Atlântico, há um País com riqueza natural imensa e pobreza popular extrema que se chama Brasil, onde os dirigentes políticos são demasiado pequenos para compreender que o Ser Humano depende das matérias primas da Natureza e não do dinheiro inventado para ser um mero instrumento de garantia da troca dessas matérias entretanto transformadas ou cuidadas para consumo e sobrevivência da espécie.

Lula da Silva, o operário, e Jair Bolsonaro, o militar, são dois personagens de passagem pela vida das pessoas que durante um mandato político terão o poder de conduzir a melhor ou a pior qualidade de vida dos cidadãos que neles irão votar.

Em 2022, com o conhecimento disponível, não é aceitável a desresponsabilização social num ato com influência fundamental para as suas vidas e a vida dos seus filhos.

Será esse o resultado final da segunda volta da eleição no Brasil para o seu presidente da república presidencialista.


Por opção do autor, este artigo respeita o AO90

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