“Deus e o Diabo na Terra do Sol, do Glauber Rocha, foi o filme que jamais saiu de minha cabeça”, diz o diretor de Parasita
Vencedor dos Oscars de melhor roteiro original, melhor diretor e melhor filme por Parasita, o cineasta sul-coreano Bong Joon Ho admite ter vastas referências da América Latina e do Brasil, em especial da produção audiovisual na região. Em entrevista ao jornal O Globo em 2017, ele apontou o cinema latino-americano como uma forte influência em seu trabalho, desde os tempos da faculdade e dos cineclubes em Seul.
“Sempre que posso, confiro o que estão fazendo os novos diretores chilenos, peruanos, argentinos, brasileiros”, afirma. “Porém, de todos eles, Deus e o Diabo na Terra do Sol, do Glauber Rocha, foi o filme que jamais saiu de minha cabeça. É impressionante – ainda hoje fico de boca aberta ao rever aquela maravilha!”
Era 2017, e Joon-ho lançava no Brasil seu filme Okja, distribuído pela Netflix. Na ocasião, ele brincou sobre a possibilidade de rodar um filme no País. Depois, falando sério, disse que conhecer a festa mais popular do país, o carnaval, é um dos seus sonhos.
“Tenho curiosidade sobre a comunidade coreana em São Paulo e sou fascinado pela estética dos desfiles das escolas de samba no Rio. Há algo extremamente cinematográfico neles”, declarou.
O diretor declarou ter “medo, mas ao mesmo tempo enorme interesse” de “experimentar a energia sem fim do carnaval brasileiro”. E fez uma ponderação: “Antes, precisarei começar um regime para poder ir à praia e desfilar no sambódromo sem passar vergonha (risos).”
Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado