Luís Inácio Lula da Silva, ex-presidente brasileiro, foi acusado pelo Ministério Público de São Paulo esta Quarta-Feira, no caso do triplex do Guarujá. O jornal Folha de São Paulo revelou que o ex-presidente vai ser acusado de ocultação de património, uma forma de lavagem de dinheiro prevista na lei penal brasileira. Caso a Justiça aceite esta acusação, Lula da Silva passa a ser réu.
O “caso do triplex” diz respeito a um apartamento com essa designação, propriedade da família, situada num prédio em Guarujá, litoral de São Paulo; a empreiteira OAS fez obras nesse imóvel, orçadas em 777 mil reais (cerca de 186 mil euros). Apesar da esposa de Lula, Marisa Letícia, ter adquirido um apartamento simples em 2004, aquisição declarada ao fisco do país, este triplex não consta da declaração de património da família. O Instituto Lula afirma que a mesma optou por não exercer a opção de compra do imóvel.
A OAS é uma das empresas acusadas no âmbito da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobrás, pelo pagamento de subornos (“propinas”) para obter vantagens em contratos da empresa estatal. A OAS é investigada para se perceber até que ponto a família do ex-presidente foi beneficiada por ter recebido dinheiro para obras num sítio (quinta) no interior de São Paulo, frequentado pelo ex-presidente e sua família.
Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula da Silva, diz desconhecer o conteúdo desta denúncia e acusa a acção de “parcialidade”. “Essa denúncia foi anunciada no dia 22 de Janeiro para a revista Veja antes de ele concluir as investigações.
O Conselho Nacional do Ministério Público já disse que “ele não é o promotor natural do caso e isso será levado à Justiça”, acusou em entrevista à Folha de São Paulo.