Michel Temer, o vice-presidente do Brasil, deixou implícito, ao ser reeleito presidente do PMDB ontem (12) em convenção, que está pronto para ocupar a “vaga” de Dilma Rousseff.
Em dia de povo na rua para protestar contra o governo, Tio Sam está na Paulista, com bandeira dos Estados Unidos, diz uma repórter da Globo. Que anunciou também a presença de manifestantes com bandeira de São Paulo. Será uma nova leva de separatistas como os de 1932?
Mas esse não é o motivo maior de preocupação e, sim, a declaração, dez minutos atrás, de Cristiana Lôbo, comentarista política da Globo que está completamente atualizada com o que ocorre na política em Brasília.
Ela diz que a proposta (em andamento agora) é mudar o regime atual para “semi-presidencialismo” ou “semi-parlamentarismo” ou “parlamento à portuguesa”.
Para Cristiana, ao que parece, o nome do regime é o que menos importa, mas a saída de Dilma é que se torna urgente. Para que o tal regime se “legitime” rapidamente, Dilma tem que “renunciar aos poderes que tem hoje e aceitar ser chefe do governo ao lado de um coordenador político, que teria os poderes de governar, de fato.
Cristiana explica
“O Brasil nunca foi parlamentarismo em situação normal, mas essa é uma discussão que foi colocada com Renan Calheiros para tentar construir uma saída para o país com Dilma, tirar poderes dela para instaurar um semi-parlamentarismo ou parlamentarismo à portuguesa. Acho que é difícil, não sei se precisará referendo ou não, mas o Supremo decidirá o que fazer na próxima semana.
Do ponto de vista de estratégia de comunicação, a presidente Dilma Rousseff foi muito infeliz, ela pediu que os jornalistas atestassem que ela não tem cara de quem vai renunciar, como se pudessem.
Eu não pensei que o Collor fosse renunciar, mas ele renunciou. Eu acho que até a Dilma não renunciaria pelo mesmo motivo do Collor, mas essa discussão é enorme, é um assunto de vontade própria que ela vai decidir. Mas (a renúncia de Dilma) seria uma solução rápida, qualquer outra decisão tem um trâmite e é isso que preocupa a população porque a economia está em deterioração rápida.”
Não me parece que a população é que esteja preocupada com rápida solução, mas sim o governo oculto jurídico-midiático, que quer assumir publicamente as rédeas, impedindo outras “insubordinações”, como a do Lula mobilizando brasileiros e o mundo contra a situação de desrespeito às liberdades democráticas que o país enfrenta.
Cristiana acrescenta que a “manifestação de hoje não é desprezível, não, e que a presidente Dilma terá que dar uma resposta e falar com o povo hoje”.
Em tempo: PMDB declara que vai “desembarcar” do governo após convenção, dia 12, que reelegeu Michel Temer, atual vice-presidente do Brasil, como presidente do partido por mais dois anos.
Tudo leva a crer que o temido golpe já está em fase de conclusão. Foi deflagrado quando Aécio Neves, do PSDB, não conquistou o poder pelo voto.
Nota: A autora escreve em português do Brasil