Nesta sexta-feira realizaram-se manifestações de apoio a Lula e ao governo em todos os estados do Brasil e no Distrito Federal.
Mas, o que parecia um começo de resposta às tentativas de barrar a entrada do ex-presidente no governo Dilma foi desfeito com uma simples canetada de um juiz do Supremo – a posse de Lula está suspensa e ele volta a ser investigado pelo juiz de primeira instância da Lava Jato, em Curitiba.
Isto significa colocar de um lado o herói do momento, o anti-corrupção Sérgio Moro – que nos últimos dias revelou dezenas de escutas telefónicas do processo, incluindo conversas com a presidente e até com os advogados! – e o ex-herói do Brasil, que terminou os seus dois mandatos, em 2011, com mais de 80% de aprovação.
O governo recorreu da decisão “monocromática” do juiz Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal, figura arqui-conhecida pelas suas posições públicas anti-Lula e anti-PT, mas como na próxima semana há “recesso” (férias judiciais da Páscoa), o caso só será levado ao plenário do STJ no mínimo no final do mês.
Até lá, Lula está sem proteção e pode inclusive ser preso.
Entretanto, na Câmara dos Deputados, foi instalada a comissão encarregada de decidir sobre o pedido de destituição de Dilma Rousseff. Um terço dos seus membros têm processos a decorrer no Supremo e o próprio presidente da Casa, Eduardo Cunha, está acusado de corrupção, o mesmo acontecendo aliás com o presidente do Senado, Renan Calheiros.
A novela brasileira ainda decorre em modo de drama, mas tem todos os ingredientes para poder virar tragédia.