Brexit: uma palavra que não sai da boca nem do pensamento da Europa. É a mistura de duas palavras inglesas: “Saída + Britânica”. E, neste momento, é também sinónimo de ansiedade para toda a União Europeia.
O número de eleitores é de 46,5 milhões e estão convocados para votar no referendo desta quinta-feira. As urnas vão estar abertas até às 22h00 e a afluência estimada ronda os 80%. Espera-se que os primeiros resultados comecem a ser divulgados a partir das 16h00. Os números definitivos deverão ser conhecidos na manhã de sexta-feira.
“Deve o Reino Unido permanecer como membro da União Europeia ou abandonar a União Europeia?”. É esta a pergunta colocada para a qual existem duas respostas possíveis: “Permanecer na União Europeia” ou “Sair da União Europeia”.
Os outros 27 governos que integram a UE estão preocupados com um efeito dominó: a saída da Grã-Bretanha pode vir a abrir a porta a outros “insatisfeitos”.
Uma saída discreta, “Sair à francesa”, não condiz com a extrema-direita de França. A líder da Frente Nacional, Marine Le Pen já afirmou que, “caso seja presidente em 2017”, quer “dar aos franceses a hipótese de sair”.
O receio de alguns líderes europeus é que o Brexit fortaleça movimentos populistas. Para David Cameron, aconteceria um duplo desastre: ele seria o primeiro-ministro que afastou os britânicos da União Europeia e que desintegrou o próprio Reino Unido.
A Grã-Bretanha é formada pela Inglaterra, pelo País de Gales, pela Escócia e pela Irlanda do Norte. Os escoceses, com maioria a favor da União Europeia, podem exigir um novo plebiscito sobre a própria independência. Metade da Irlanda do Norte também defende a permanência e poderia juntar-se à República da Irlanda, que faz parte da União Europeia, mas não do Reino Unido.
A extrema-direita britânica avisa que hoje (23) é dia de retomar o controle das fronteiras. Escoceses e irlandeses alertam para aquele antigo provérbio: “Cuidado com o que deseja, porque pode tornar-se realidade”.