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Sábado, Novembro 23, 2024

Burnout: síndrome da corda esticada…

Paulo Vieira de Castro
Paulo Vieira de Castrohttp://www.paulovieiradecastro.pt
Autor na área do bem-estar nos negócios, práticas educativas e terapêuticas. Diretor do departamento de bem-estar nas organizações do I-ACT - Institute of Applied Consciousness Technologies (USA).

É possível morrer por excesso de trabalho? Temo não ter boas notícias para lhe dar. Isso é bem mais frequente do que possa julgar no mundo contemporâneo.

Imagine que chegou a casa, todas as luzes estão acesas, mas… não está lá ninguém. Esta é uma visão que me parece significativa quando queremos explicar o que é o síndrome de exaustão profissional, também conhecido por Burnout.

O nosso cérebro tem um processo de segurança que é accionado quando estamos perante um perigo, realmente, grave. Na maior parte dos casos isso acontece muito excepcionalmente. Suponha que para as vitimas de Burnout esse sistema, que deveria funcionar, exclusivamente, nos casos de maior stress, está constantemente ligado. Incapaz de relaxar, o desgaste daqui originado é enorme levando á exaustão física e psicológica.

O fantasma do desemprego, a tantas vezes desconfortável relação com a chefia, a complicada convivência com os seus pares, a muita pressão no cumprimento dos objectivos, o exagerado volume de trabalho, de entre outros constrangimentos, levam a um esforço suplementar, sem pausas, sem razoabilidade, até partir a corda.

Tendo atingido o seu limite e sentindo-se incapaz de o identificar, irá trabalhar, mais e mais, cada vez mais. Contudo, a produtividade será a menor de sempre. Entrando num ciclo vicioso de dores físicas e mal estar psicológico (ansiedade, stress, pânico, etc…).

Normalmente é aqui que surge a culpa. Como tem medo de perder o emprego, não descansa, não se trata, não reconhece a doença. Sem ver outra saída, sentindo-se incompetente, cada vez trabalha mais, sendo mais e mais ineficiente, indo, agora, para além da exaustão.

Nestes casos será fácil compreender que daqui surjam muitos conflitos com os colegas e familiares. E isto não é bom para ninguém, dentro e fora do ambiente profissional.

Boa parte da solução para não cair nas redes da síndrome da exaustão passa pela própria cultura empresarial. Para isso terá de haver regras práticas no que diz respeito aos limites respeitando, sempre, os horários de descanso no trabalho.

Um planeamento operacional consciente e uma boa delegação de tarefas são, igualmente, fundamentais. Do mesmo modo , sentimentos como a empatia e a solidariedade não poderão faltar.

Concluindo, se a sua relação com o trabalho corre o risco de exaustão severa ao nível emocional (cepticismo e criticismo), perda de si mesmo (autoestima) e baixa realização profissional, procure ajuda de um especialista. Ou,
despeça-se já!

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