O ministro do Planejamento, Romero Jucá, anunciou nesta segunda-feira (23) que está se licenciando do governo do presidente interino Michel Temer.
O anúncio ocorre no mesmo dia em que a Folha divulgou gravações em que Jucá fala em pacto para deter avanço da Lava Jato.
Gravados de forma oculta, os diálogos entre ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e Jucá ocorreram semanas antes da votação na Câmara que desencadeou o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
As conversas somam 1h15 e estão em poder da PGR (Procuradoria-Geral da República).
A leitura da transcrição das gravações permite perceber que terá sido Romero Jucá quem comandou o movimento decisivo que permitiu a votação na Câmara. Foi ele, enquanto presidente em exercício do PMDB, quem declarou: “neste dia histórico para o PMDB, o partido deixa o governo Dilma Rousseff”. E na plateia, gritos de “fora, PT”. Terá sido Jucá a ponte entre o bloco de Cunha na Câmara e o então vice-presidente Michel Temer, convencendo este último de que se tornaria o presidente da restauração política, obtendo o sinal verde para colocar a engrenagem em marcha.
Referindo-se às investigações, Jucá afirma ser necessário “parar essa porra” e “estancar a sangria”.
A pergunta que se impõe: Cai Jucá; Temer resiste?