Para quem acompanha o noticiário na grande imprensa, má notícia: o contragolpe está ganhando força.
Nesta quinta (31), data marcada para a grande manifestação popular pela democracia no Brasil e no mundo (em Portugal, haverá um ato em Coimbra), a presidente Dilma Rousseff estará recebendo uma comissão nobre de artistas e escritores. Eles representam os signatários do primeiro abaixo-assinado, oficial, contra o impeachment, que foi divulgado publicamente no dia 8 de dezembro de 2015 na página do Facebook do escritor Fernando Morais.
Quase uma centena de personalidades (84 nomes), na época, apoiou o manifesto, entre elas as atrizes Camila Pitanga, Bete Mendes, Betty Faria e Letícia Sabatella, os atores Paulo Betti e José de Abreu, e, não poderia faltar, o cantor e compositor Chico Buarque.
Todos foram vítimas do reacionarismo, desde difamações nas redes sociais a agressões verbais ou ameaças de morte, mas resistiram e reiteram agora o “não” ao golpe mascarado.
Enquanto o Palácio do Planalto recebe cada vez mais a solidariedade de intelectuais, formadores de opinião e movimentos sociais, o PMDB desmorona em público (após anúncio oficial de desembarque do governo, ontem) e a GloboNews interrompe a programação diária para transmitir ao vivo da Câmara dos Deputados a sessão que ouviu os juristas Miguel Reale Jr e Janaína Paschoal, autores do pedido de impeachment.
Quando o deputado Rogério Dantas encerrou os trabalhos, após duas horas, os âncoras da emissora continuaram a cantilena, repetindo as acusações dos juristas e debatendo o impeachment, já que a presidente está “no fundo do fosso”, disse um comentarista, com “um índice de desaprovação de mais de 70%”.
Diferentemente, os que apoiam o governo Dilma afirmam que o país está dominado por uma impressionante avalanche democrática e popular, que deterá o golpe.
Quem viver, verá! Para quem não viu, vale uma retrospectiva de alguns fatos de hoje que não vão passar na TV: em São Paulo, artistas fizeram uma intervenção na Avenida Paulista contra o golpe e, no Rio, as universidades federais se manifestaram a favor da democracia.
Nota: A autora escreve em português do Brasil