“O último grande investimento público no concelho de Torres Vedras foi a auto-estrada A8”, recordou o presidente da Câmara Municipal na conferência de imprensa onde foram revelados os projectos no âmbito do Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030.
O documento está em discussão na Assembleia da República e define o conjunto de investimentos estruturantes para Portugal até 2030. Acompanhado pelo vereador Hugo Lucas, o presidente da Câmara descreveu os projectos nacionais que têm impacto na região Oeste e mais concretamente no concelho torriense.
Carlos Bernardes definiu quatro grandes linhas orientadoras: transportes e mobilidade, ambiente, energia e regadio. No primeiro caso encontra-se a modernização e electrificação da Linha do Oeste entre Meleças e Caldas da Rainha, que tem início já este ano.
A renovação da Linha do Oeste, a sua modernização e a possibilidade de vir a ter novas composições é determinante para o futuro do nosso território e da nossa região”.
Só no concelho de Torres Vedras a Linha do Oeste percorre 27 quilómetros e estima-se que o investimento seja na ordem dos 35 milhões de euros.
Embora sejam projectos nacionais, a ampliação do aeroporto e do porto de Lisboa podem também beneficiar toda a região, do ponto de vista turístico, no primeiro caso; e no escoamento de produtos de empresas do Oeste, no segundo. Neste particular assume particular importância a construção de uma via para servir as empresas do litoral do concelho. Ao mesmo tempo será também o arranque da futura via rápida para as praias de Santa Cruz.
O IC11 é outro dos projectos rodoviários que deverá arrancar no âmbito deste programa de investimentos. Trata-se de uma via reclamada pelos municípios do Oeste há algumas décadas e agora poderá finalmente sair do papel, embora com um traçado diferente daqueles que já estiveram em discussão: será uma via a ligar Peniche e o Carregado, com um troço até ao concelho da Lourinhã e atravessando os concelhos de Sobral de Monte Agraço e Arruda dos Vinhos.
Na área do ambiente, os investimentos previstos pelo PNI 2030 irão permitir continuar na protecção do litoral. Carlos Bernardes destacou a intervenção na Praia Azul, quase pronta, enquanto o Plano de Pormenor da Foz do Sizandro está a ser finalizado. Na vertente da energia, o plano pretende fomentar modelos renováveis, com uma “aposta clara” nas energias fotovoltaicas.
O documento incide ainda sobre a gestão da água, contemplando financiamento com vista ao aproveitamento de águas das ETAR. Um investimento que, segundo Carlos Bernardes, irá permitir tratar as águas residuais de forma “eficiente e eficaz” para que possam vir a ser utilizadas para fins agrícolas e que exigirá um trabalho de parceria com as associações de regantes e a empresa Águas do Tejo Atlântico.
“Temos aqui grandes desafios pela frente” destacou o presidente da Câmara, valorizando o PNI 2030 enquanto uma “proposta coerente, equitativa e equilibrada” que irá permitir ao país ter melhores infra-estruturas.
No caso de Torres Vedras, é um documento que nos permite sonhar e avançar com projectos para o futuro”.