Diário
Director

Independente
João de Sousa

Sábado, Novembro 2, 2024

Canção pra Amazônia: “Salve-se a selva ou não se salva o mundo”

Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Marcos Aurélio Ruy, em São Paulo
Jornalista, assessor do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo

Um lamento pelo desmatamento, pelas queimadas, pelas invasões de terras indígenas, pelos assassinatos de pessoas que defendem a floresta e os povos indígenas com suas culturas e terras.

Lançada recentemente na internet a Canção pra Amazônia, de Carlos Rennó e Nando Reis, é um grito de alerta à destruição da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia. O bioma ocupa 49% do território brasileiro, segundo o IBGE, e equivale a 1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas do planeta, além de abrigar a maior quantidade de espécies da flora e da fauna, com 20% da disponibilidade mundial de água e grandes reservas minerais.

Por isso o alerta da canção “salve-se a selva ou não se salva o mundo” se fundamenta em fatos concretos. Afinal, a floresta vem sendo destruída sem o menor pudor.

No ano passado, foram desmatados 13.235 quilômetros quadrados, praticamente 22% a mais do que em 2020, quando foram desmatados 10.851 quilômetros quadrados. Isso sem falar das intensas queimadas para a boiada real e passar a boiada metafórica.

Somente no primeiro trimestre deste ano, já se desmatou 941,34 quilômetros quadrados. Numa região onde vivem mais de 40 mil espécies de plantas, 400 de mamíferos, 1,3 mil de pássaros e 3 mil de peixes.

Além de contar com 180 etnias de povos indígenas e aproximadamente 14 milhões de famílias urbanas e rurais. A Amazônia brasileira está ameaçada pela ganância de latifundiários, mineradoras e madeireiras que não dão a mínima para o futuro e muito menos para a preservação ambiental.

Para essa gente, vale mais a vida do gado e muito dinheiro em seus bolsos do que a vida dos povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, trabalhadoras e trabalhadores rurais e urbanos. Querem extrair do solo e do subsolo tudo o que não podem, sem medir consequências.

“Desmonte pra desmate e desvario
Liberam a floresta no Brasil
Pro agrobiz e pra mineração,
Pra hidrelétrica, pra exploração
Recompensando o crime ambiental
Desregulando o clima mundial
Negam ciência, incêndio e derrubada
Negando, vão passando a boiada”.

O grito desta canção, num clipe emocionado e emocionante, soma as vozes de vários artistas espalhados pelo país. Um lamento pelo desmatamento, pelas queimadas, pelas invasões de terras indígenas, pelos assassinatos de pessoas que defendem a floresta e os povos indígenas com suas culturas e terras. Pessoas que defendem a vida.

“O que o índio viu, previu, falou
Também o cientista comprovou
Desmate aumenta, o clima seco aquece
A mata, o céu e a Terra, que estarrece
Esse é o recado deles, lá no fundo
Salve-se a selva ou não se salva o mundo
Pra não torná-los um inferno, um forno
Salve a Amazônia do ponto sem retorno”.

A Amazônia precisa ser defendida pelos povos originários, por quem vive nela, pelo povo brasileiro. A Amazônia é nossa e devemos lutar por ela. Mantê-la inteira pelo bem das futuras gerações, do Brasil e do mundo.

Canção pra Amazônia (2022), de Carlos Rennó e Nando Reis


Texto em português do Brasil

Receba a nossa newsletter

Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a nossa Newsletter. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.

- Publicidade -

Outros artigos

- Publicidade -

Últimas notícias

Mais lidos

- Publicidade -