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Sábado, Dezembro 21, 2024

Câncer de Mama: doença causou 50 mortes por dia em 2021

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que, a cada ano, sejam diagnosticados mais de 66.280 novos casos da doença no país.

O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete mulheres no Brasil, e no mundo, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que, a cada ano, sejam diagnosticados mais de 66.280 novos casos da doença no país – um risco estimado de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.

Somente em 2021, o diagnóstico levou a óbito, em média, quase 50 pessoas por dia, segundo dados do Ministério da Saúde. Em números, foram 18,2 mil vítimas. No total, são 323,2 mil óbitos em 25 anos, na série histórica de 1996 a 2021. Com isso, a doença é a maior causa de morte em mulheres em todas as regiões do Brasil, exceto a Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa essa posição.

E, mesmo com números tão altos, o corte de despesas feito pelo governo federal, para acomodar os R$19,4 bilhões reservados ao orçamento secreto, atingiram em cheio os recursos destinados à prevenção e controle da doença. Bolsonaro fez um corte de 45% na verba destinada ao câncer, passando de R$ 175 milhões para R$ 97 milhões, ou seja, um corte de R$ 78 milhões de reais.

Outubro Rosa: em pleno mês de conscientização e combate ao câncer de mama, o corte revela que Jair Bolsonaro não se preocupa com a saúde dos brasileiros, especialmente das mulheres. Diferente da gestão do ex-presidente Lula (PT) por exemplo, onde a prevenção ao câncer sempre foi prioridade nos Ministérios da Saúde. Durante seu governo, Lula ampliou a rede de prevenção, combate e tratamento de câncer no país, políticas que foram ainda mais aprofundadas na gestão de Dilma Rousseff.

Desmonte

Para 2022, Bolsonaro reservou R$ 520 milhões para “estruturação de unidades de atenção especializada”, verba repassada da União para os estados para aparelhar e expandir os serviços de saúde hospitalares e ambulatoriais. O montante foi reforçado por emendas e chegou a R$ 1,9 bilhão. Já para 2023, o governo reservou apenas R$ 202 milhões, somados todos os planos de aplicação, uma queda de R$ 318 milhões.

Os cortes afetam, além da verba direcionada para o controle da doença, a estrutura de hospitais e ambulatórios especializados que fazem parte de redes focadas nas gestantes e bebês, a Rede Cegonha; a dependentes de drogas e portadores de transtornos mentais, Rede de Atenção Psicossocial – Raps; e a Rede de Cuidados a Pessoas com Deficiência, voltado para reabilitação.

A redução inviabiliza a aquisição de equipamentos tomógrafos, aparelhos de raio-X, de ressonância magnética, de megavoltagem para radioterapia, macas, cadeiras de rodas, incubadoras, oxímetros, ventiladores pulmonares, desfibriladores, entre outros.

Vale lembrar ainda que dez dias antes do início da campanha Outubro Rosa de 2021, Bolsonaro anunciou o corte de 46% da verba do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que produz 85% dos remédios, denominados radiofármacos e radioisótopos, para tratamento do câncer no país. O governo, posteriormente, anunciou a liberação de verba para retomada da produção, contudo, o intervalo na produção impactou no tratamento de milhares de cidadãos.

Além disso, o governo também vetou o PL que facilitava o acesso de pacientes a remédios orais de tratamento contra a doença. O projeto, aprovado pelo Congresso em julho, determina que planos de saúde cubram tratamentos de quimioterapia, hemoterapia e radioterapia de forma oral, no prazo máximo de 48 horas após a prescrição médica, desde que registrados na Anvisa.

Nesse sentido, o programa da chapa Lula-Alckmin (Fe Brasil) aponta o descaso com que o governo federal trata o Sistema Único de Saúde (SUS) e o direito à vida e enfatiza a urgência em dar condições ao SUS para retomar o atendimento das demandas represadas durante a pandemia e atender às pessoas que precisam, de acordo com suas necessidades. O programa ainda reafirma o compromisso com o fortalecimento da saúde, pública e universal, o aprimoramento da sua gestão, a valorização e formação de profissionais de saúde, a retomada de políticas como o Mais Médicos e a Farmácia Popular, bem como a reconstrução e fomento ao Complexo Econômico e Industrial da Saúde.


por Bárbara Luz |   Texto em português do Brasil

Exclusivo Editorial PV / Tornado

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