Don diz que sempre foi o mocinho, mas esconde que passou por maus momentos. O que ele ainda não sabe é que uma novidade mudará totalmente sua profissão: a introdução da fala no cinema. Com sua colega Lina Lamont, Don se vê diante de novas tecnologias que propiciam a inserção de ruídos e diálogos nos filmes.
Em uma época dourada da vida urbana, a chuva ainda era símbolo de transparência, transcendência, de infância, e Gene Kelly se permitia brincar.
Ao pisar no tapete vermelho, rodeado por fãs e por fotógrafos, Don Lockwood (Gene Kelly), famoso astro do cinema mudo em Hollywood, conta como iniciou sua carreira, passando por dublê até chegar ao estrelato. Mas as imagens, apresentadas em flash backs, mostram como ele distorce a realidade a seu favor. Don diz que sempre foi o mocinho, mas esconde que passou por maus momentos.
O que ele ainda não sabe é que uma novidade mudará totalmente sua profissão: a introdução da fala no cinema. Com sua colega Lina Lamont, Don se vê diante de novas tecnologias que propiciam a inserção de ruídos e diálogos nos filmes.
Quando a voz passou a ser um elemento importante, a beleza física sozinha já não era suficiente. Neste sentido o filme aborda, ainda que grosso modo, a equação aparência X essência, tema pueril e recorrente no escopo moral da cultura hollywoodiana, sobretudo da década de 1950. Neste contexto, a simples e singela Kathy Selden surge como uma nova mulher, com talentos que vão além de sua beleza angelical.
Mais do que tratar da passagem do cinema mudo para o cinema falado, Cantando na Chuva é, em si mesmo, parte da história do cinema. Leve e bem humorado, ele brinca com a metalinguagem revelando bastidores, cenários e gravações dos filmes. E trata com graça dessa difícil transição do cinema, vivida na década de 1920.
Cantando na Chuva é um filme que tem o dom de rir de si mesmo.
(Singin’ in the Rain)
EUA, 1951
Direção: Stanley Donen e Gene Kelly
Elenco: Gene Kelly, Jean Hagen, Debbie Reynolds, Donald O’Connor
Texto original em português do Brasil
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