Autodidata e intuitivo, o artista cearense recebe grande influência do Cerrado, onde reside há mais de 25 anos.
A revista Tensões Mundiais é publicada pelo Observatório das Nacionalidades, uma rede de pesquisadores de diversas áreas do conhecimento que desenvolvem estudos teóricos e empíricos acerca da construção das nacionalidades. Editada por Mônica Dias Martins e Luis Gustavo Guerreiro e publicada em seis idiomas ( alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e português), a revista reúne autores de todos os continentes e dedicados às relações entre Estados e sociedades, processos multilaterais, fenômenos culturais e estudos da defesa e segurança.
Cada edição da revista é ilustrada com obras de artistas de vários países. A edição mais recente cuja temática é a América Central tem como ilustrações parte da obra do artista Carlos Décimo. Doze telas criteriosamente selecionadas e fotografadas por Vinícius Martins e Ká Maroli emolduram os artigos sobre as grandes civilizações pré-colombianas.
Do Ceará para o Cerrado
Nascido na cidade praiana de Camocim, ao norte do Ceará, em 1961, e residindo em Brasília desde 1995, o engenheiro de pesca Carlos Décimo de Souza é um artista autodidata e intuitivo. Há quinze anos, percorre um caminho criativo marcado pela paixão por cores vibrantes, cuidadosamente elaboradas em efeitos que se assemelham a uma visão hiperampliada dos pixels digitais. O resultado, segundo o perfil que a revista fez do artista” “é uma obra de grande impacto visual que desperta sensações oníricas e, por vezes, psicodélicas”.
Ainda segundo a publicação “a leveza visual da obra do artista cearense pode aparecer de forma absoluta ou entrecortada por blocos maciços de cor em composições quase esculturais, obtidas tanto pelo trabalho de sobreposição de camadas de tinta acrílica, conferindo uma textura opulenta, como também pela perspectiva que cria efeitos de volume e profundidade”.
“Sem se deixar rotular por tendências é aberto a influências de várias escolas artísticas das quais capta inspirações para traduzi-las em seu universo cromático, onde a cor e a luz se complementam de uma maneira inquietante e inesperada”, enfatiza a revista sobre o trabalho artístico de Carlos Décimo.
Do Gênesis ao Cerrado
Segundo o próprio Carlos Décimo o conjunto de sua obra percorre o caminho do imaginário exaltando sua percepção intuitiva sobre lugares, objetos e a natureza. Décimo afirma que o uso de cores e texturas obtidas pela sobreposição de camadas de tinta acrílica “é o recurso usado para a criação de efeitos cromáticos inusitados e, por vezes, inquietantes para traçar um percurso simbólico que parte da percepção de elementos do Cosmos infinito (Gênesis), passando por elementos concretos do mundo material (o Cerrado ) e indo até o domínio das sensações subjetivas”.
O artista diz que sua telas “traduzem a exuberância da flora e a luz dourada das tardes do Planalto Central, a florada do Ipê, a primavera do Cerrado, as lobeiras, o contraste com a terra e o céu do Cerrado”. Os espaços vastos, as constelações, o céu noturno do hemisfério, os contrastes entre a luz e a escuridão estão presentes na série de telas que ilustram a publicação com o “objetivo transportar o olhar para visões imaginárias que remontam à beleza poética do Universo e do Cerrado”, enfatizou Carlos Décimo.
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Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado