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Quarta-feira, Julho 17, 2024

Carta a um garimpeiro de sonhos

Vitor Burity da Silva
Vitor Burity da Silva
Professor Doutor Catedrático, Ph.D em Filosofia das Ciências Políticas Pós-Doutorado em Filosofia, Sociologia e Literatura (UR) Pós-Doutorado em Ciências da Educação e Psicologia (PT) Investigador - Universidade de Évora Membro associação portuguesa de Filosofia Membro da associação portuguesa de Escritores

(a ti meu amigo Jaques)

Sabes, tudo é volátil, acredita, até mesmo a tua ânsia de usurpo, esse clã dom de que te auto-apregoas magoa, mas a tua sensibilidade corrompida pela vaidade emagrece em cada esquina da caminhada. Acredito que possas ter percurso, quem sou eu para o definhar às tuas passadas de anjo soberbo como aqueles que engolem com a voz alta as palavras dos demais na sala onde só a tua terá de reinar.

Sabes ou devias saber mas não sabes nem queres saber, a alteridade é um invólucro, depois da bala disparada resta o vazio e já pólvora e nem sequer já faz pensar mas ficam os salpicos das ofensas que enunciaras sem pensar que a verdade não é apenas a imaginação de altruísta vestido e gravata nas secretárias do poder, esse, sei e sabes, tantas vexes corrompe e corrupção não é apenas vender ou comprar favores.

Porque razão nos sobe à cabeça a cadeira que a tantos faz sonhar?

Porque sonham tantos com a cadeira do poder, mesmo que seja apenas para isso, alegar que tem o poder mesmo que daí saia apenas a voz altruísta do poder imbuído de alteridades tantas vezes inócua porque nos ofuscamos apontando o dedo e nem sequer conseguimos ver que também somos apontados.

Pior que roubar ideias é não aceitar ouvir sequer.

A cadeira vicia. Raios me partam a esse pendor oficial dos prepotentes nunca antes neles visto. Lembro-me de ti Jaques e para ti falo nesta carta que abro ao mundo citando-te porque me desiludes, nunca imaginei que te pudesses assoberbar de tantas utopias apenas vislumbradas pela tua tão diferente presença.

Antes vestias ganga e bebias cerveja pobre como eu, mas hoje nem sequer um olhar para mim, já entraste na galáctica gramática dos que falam apenas do que se lembram porque apenas isso convém ao presente.

As tuas axiologias de antes são hoje programas de sapiência. Nada a mais é deslumbre, nada mais te encanta a não ser os cânticos reliquiosos das tuas vestes acinzentadas, uma gravata esticada pelo peito e a enfeitar o espólio do agora sou e pronto, que raios esse ter de ser sempre como vias, erro meu amigo, apostei numa amizade que hoje nem caricatura é. Antes de terminar esta carta um abraço. Ah! Felicidades para sempre, embora saibamos que o dia findará mais breve que a história das religiões nos conta. Adormecido estarrecido sobre esta carta que nem sequer consegui terminar.


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