O documento surge nas vésperas de uma importante cimeira económica, que está a enfrentar resistência por parte de territórios como as Ilhas Caimão, um dos paraísos fiscais mais procurados.
Entretanto, o Reino Unido estará a negociar com territórios sob a coroa britânica para troca de informações sobre empresas e companhias e seus benefícios. Mas sabe-se que essas negociações estão bloqueadas, porque essas regiões não querem ceder.
Além disso, teme-se que a cimeira se transforme numa avaliação dos falhanços do governo de David Cameron neste capítulo.
A carta é assinada, entre outros, por Thomas Piketty, Angus Deaton, e Ha-Joon Chang.
Outro dos signatários, Jeffrey Sachs, afirmou que “os EUA e o Reino Unido têm de tomar uma atitude para acabar agora com estes paraísos fiscais. Vimos pelos Panama Papers como estes são apenas instrumentos para ilegalidades massivas, corrupção, fuga ao fisco e outros efeitos nefastos. Isto tem de parar”, frisou.
Sachs mostrou-se céptico quanto aos resultados práticos da cimeira: “Acho que estes governos não querem mesmo fazer muito porque os seus poderosos apoiantes, seja na city de Londres ou em Wall Street, estão a lutar para manter isto em aberto… este é um sistema criado para servir as conveniências de pessoas muito ricas e poderosas. Não há exemplo mais directo de como os ricos e poderosos controlam os níveis de finança do que estes paraísos fiscais”, acusou Sachs.
Fontes: The Guardian, BBC Rádio4