Filme português compete para o Urso de Ouro
A 66ª edição do Festival de Cinema de Berlim vai ganhando expressão, com os nove filmes que foram acrescentados aos previamente anunciados perfazendo agora um total de dez fitas a concurso do Urso de Ouro. A grande novidade é a presença na secção competitiva do trabalho do português Ivo Ferreira, com Carta de Guerra, um filme baseado na correspondência de António Lobo Antunes durante a Guerra Colonial, obra que sucede à curta Na Escama do Dragão, de 2012. Desde já, um feito para o cinema português que, apesar das inúmeras contrariedades e limitações financeiras, consegue impor a sua criatividade numa das mais prestigiadas montras de cinema mundial. Assim, quatro anos depois de Miguel Gomes arrancar o aplauso (e os prémios) com Tabu, é a vez de Ivo Ferreira deixar a sua marca na Berlinale, também a preto e branco, em mais um filme produzido pelo Som e a Fúria, contando com a presença de Miguel Nunes e Margarida Vila-Nova.
Além deste destacam-se ainda os novos trabalhos dos franceses Mia Hansen-Love (Éden), com L’Avenir, e André Téchiné (Les Témoins), Quand on a 17 ans, bem como o italiano Gianfranco Rosi (Sacro GRA, El Sicario – Room 164), com Fuocoammare (Fire at Sea), o filipino Lav Diaz (Norte, the End of History, From What Is Before, Melancholia), o dinamarquês Thomas Vinterberg (A Caça), com Kollektivet, o bósnio Danis Tanovic (Terra de Ninguém), com Death in Sarajevo, o polaco Tomasz Wasilewski (Floating Skyscrapers), com United States of Love e, por fim, o iraniano Mani Haghighi (Modest Reception, Men at Work), com A Dragon Arrives!.
O festival inicia-se a 11 de Fevereiro, com o filme Salve, César, dos irmãos Coen, e decorre até ao dia 21.
Leia também, de Paulo Portugal
Outros artigos no Dossiê Óscares
[…] Cartas de Guerra, de Ivo Ferreira, em competição em Berlim […]