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Quarta-feira, Dezembro 25, 2024

Catarina quer «limpeza» na Banca, PSD critica «fotografia» com Tsipras

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Sublinhando não aceitar qualquer solução que envolva dinheiro dos contribuintes, a líder bloquista colocou algumas condições para estudar o projecto do Executivo.

«Em primeiro lugar, não pode haver mais chantagens europeias de última hora, para soluções em que Portugal perde sempre», destacou Catarina Martins. «Em segundo lugar, os acionistas privados têm de pagar pelo buraco que fizeram e os contribuintes têm de ter controlo sobre tudo o que pagam», acrescentou.

O Bloco exige ainda que, em todo o processo, haja controlo público e que a Caixa Geral de Depósitos saia «fortalecida e integralmente pública». Catarina Martins colocou também a condição do Novo Banco ficar um «banco público».

«Se não for assim, vai acontecer como das outras vezes: entregar à banca internacional os bancos limpos com dinheiro público», rematou a líder bloquista.

 

Costa aceita condições bloquistas, mas coloca reservas quanto ao Novo Banco

ar-debate-15abr2016-antonio-costaO primeiro-ministro anunciou, de imediato, aceitar quatro das cinco condições exigidas pelo Bloco, deixando de lado a questão do Novo Banco. António Costa concordou com Catarina Martins quanto à necessidade da resolução do problema não implicar dinheiro dos contribuintes.

A líder do BE continuou em alta, apontando a mira, desta feita, ao PSD e ao Governador do Banco de Portugal. «Não queremos outra escorregadela como a do Banif, em que o Banco de Portugal fez o que entendeu, o Santander ganhou o que queria ganhar e o seu governo perdeu a maioria parlamentar», atirou.

«Quem nos ouve a falar de um banco mau tem o direito de perguntar se toda esta operação não serve afinal para vender crédito dos bancos a uma empresa como a Arrow Global, de Maria Luís Albuquerque», acrescentou Catarina Martins.

Recordando as garantias de Passos Coelho quando era primeiro-ministro, «de que o BES não ia custar um tostão aos contribuintes e o Banif até ia dar lucro», que considerou como «brincadeiras de mau gosto», Catarina Martins considerou inexplicável que «tenhamos tido tanta dificuldade em debater sobre três milhões de euros para o abono de família e depois sermos confrontados com notícias do Banco de Portugal, que quer mais 20 mil milhões de garantias para a banca, depois da banca já ter recebido 12 mil milhões».

 

Líder bloquista apela a destituição do governador do Banco de Portugal

A porta-voz do Bloco de Esquerda aludiu ainda às notícias que dão conta de que o governador do Banco de Portugal acelerou o processo de venda do Banif sem informar devidamente o Governo, já depois de «ter escolhido os credores a dedo» sem autorização do Executivo no processo de resolução do BES, colocando o país num processo litigioso em que pode perder milhões.

«De quantas falhas graves precisa o governador do Banco de Portugal para se reconhecer que está cumprido o critério de falha grave quer obriga à sua destituição?», perguntou Catarina Martins.

 

PSD critica aproximação a Tsipras

O debate ficou ainda marcado por críticas do PSD à recente visita de António Costa à Grécia e ao documento que o primeiro-ministro assinou com Alexis Tsipras.

ar-debate-15abr2016-luis-montenegroLuís Montenegro, líder da bancada «laranja», acusou António Costa de se colocar ao lado, «na fotografia» de um país que ainda está sob ajuda financeira, o que, para o deputado, pode ser bastante prejudicial para os investidores estrangeiros, por dar a ideia dos dois países estarem ao «mesmo nível».

«Espero que o senhor primeiro-ministro não tenha ido à Grécia para se inspirar», ironizou Montenegro.

Na resposta, o primeiro-ministro contestou a posição submissa em relação à União Europeia adoptada pelo anterior Executivo, questionando o PSD: «Qual é o ponto desta posição conjunta que o senhor deputado não subscreveria?».

António Costa defendeu ainda que «o que era um erro era o Governo manter na União Europeia uma política submissa». O primeiro-ministro considerou igualmente que o documento assinado com a Grécia é «exemplar na vontade política de ter uma nova orientação da política económica».

De destacar ainda que foi a primeira vez que o líder do PSD não foi o porta-voz da bancada daquele partido.

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