Mas que Governo é que Cavaco Silva vai ou deve empossar? Um de coligação de centro-direita, que venceu as eleições mas sem maioria absoluta, ou um de coligação de esquerda que terá maioria parlamentar?
Estas duas perguntas têm feito “correr muita tinta” e ocupado muitas horas nas televisões portuguesas, com opiniões e notícias sobre o que o Presidente da República deve, ou vai fazer. Ainda esta quinta-feira, o Diário de Notícias escreve que “Cavaco dá posse a Costa só depois de Passos cair” e o i afirma que “Cavaco recusará dar posse a governo de esquerda”, o que traduz que há informações para todos os gostos.
O fracasso das negociações entre a coligação Portugal à Frente, que já afirmou que não negoceia mais, e o Partido Socialista e a aproximação de António Costa ao Partido Comunista Português e ao Bloco de Esquerda, no sentido de ser possível formar um Governo de esquerda para os próximos quatro anos é visível. Nenhum dos partidos da esquerda portuguesa conseguiu vencer as eleições mas têm maioria parlamentar, por isso, a legitimidade para formarem Governo é colocada em causa.
Para tentar terminar com todas estas conjecturas, onde até fontes próximas de Cavaco Silva são citadas, a Presidência da República emitiu hoje um comunicado. Em apenas dois parágrafos, Cavaco Silva relembra que não gosta deste ruído à volta das suas decisões mais importantes. “Como costuma acontecer em épocas de decisões políticas de maior importância, os órgãos de comunicação social procuram antecipar as decisões do Presidente da República, invocando fontes da mais diversa ordem”.
É certo que as decisões estão nas mãos de Cavaco Silva e, como tem acontecido desde que foi eleito Presidente da República, será o próprio que “transmiti-las-á directamente aos Portugueses ou através do Chefe da sua Casa Civil”.
Comunicado completo da Presidência da República:
A Presidência da República procede à divulgação do seguinte comunicado:
“Como costuma acontecer em épocas de decisões políticas de maior importância, os órgãos de comunicação social procuram antecipar as decisões do Presidente da República, invocando fontes da mais diversa ordem.
O Presidente da República reafirma que as decisões que vier a tomar transmiti-las-á directamente aos Portugueses ou através do Chefe da sua Casa Civil.”
Palácio de Belém, 15 de Outubro de 2015