Ponto de encontro de obras recentes de nomes consagrados do cinema o certame basco é também, e desde há muitos anos, lugar de descoberta e de divulgação de novos cineastas.
68º Festival Internacional de Cinema de San Sebastián
Os cineastas do futuro
Ponto de encontro de obras recentes de nomes consagrados do cinema o certame basco é também, e desde há muitos anos, lugar de descoberta e de divulgação de novos cineastas. Diríamos que isso é patente na maior parte das secções do festival, secção oficial incluída, mas verifica-se sobretudo na mostra ‘Novos Realizadores’ constituída por primeiras ou segundas obras dos seus autores. Muitos têm sido os nomes, agora sobejamente reconhecidos, que aqui tiveram a sua primeira oportunidade.
Os filmes desta secção são os seguintes:
- “16 Primtemps” de Suzanne Lindon (França)
- “Ane” de David Pérez Sañudo (Espanha) – primeira obra
- “Casa de Antiguidades” de João Paulo Miranda Maria (Brasil/França)
- “Chupacabra” de Grigory Kolomytsev (Rússia) – primeira obra
- “Gal-Mae-Gi” de Kim Mi-Jo (Coreia do Sul) – primeira obra
- “Slow Singing” de Dong Xingyi (China) – primeira obra
- “Hil Kanpaniak”/ Campanadas a Muerto de Imanol Rayo (Espanha)
- “I Never Cry” de Piotr Domalewski (Polónia/Irlanda)
- “La Última Primavera” de Isabel Lamberti (Holanda/Espanha) – primeira obra
- “Limbo” de Ben Sharrock (Reino Unido)
- “Grand Écart” de Christian Johannes Kock (Suíça) – primeira obra
- “Along the Sea” de Akio Fujimoto (Japão/Vietname)
Como se vê, uma grande diversidade de origens, para abordagens de temáticas muito variadas que abrangem questões como as migrações, os refugiados, a precariedade do emprego e do alojamento, as relações conjugais ou a análise de factos históricas de passados mais ou menos recentes, como as relações com os ex-escravos ou o reacender da memória das vítimas de actos terroristas.
Este ano a secção “Novos Realizadores”, que também é competitiva, inclui 12 títulos (contra os 14 de 2019) que são avaliados por um júri presidido pela cineasta espanhola Belén Funes, a autora do multi-premiado “La Hija de un Ladrón”, pela actriz lituana Aiste Dirziute e pelo crítico israelita dos Cahiers du Cinéma, Ariel Schweitzer.
Cinema latino-americano em destaque
O Festival de San Sebastian dedica sempre uma atenção muito especial à divulgação e promoção do cinema latino-americano. Tem até programas vocacionados para o apoio à produção de trabalhos de jovens cineastas dessa área geográfica: ‘Cine en Construcción’ e ‘Fórum de Co-produção Europa-América Latina’. “Horizontes Latinos” é, desde há vários anos, uma das secções mais interessantes do Zinemaldia reflectindo afinal a vitalidade e qualidade do cinema da América de línguas castelhana e portuguesa.
Nesta edição, e como resultado evidente da situação pandémica estão presentes em San Sebastián apenas nove títulos (na edição de 2019 foram 15) que serão avaliados por um júri constituído pelo cineasta guatemalteco Jayro Bustamante (já premiado em San sebastián), pela cineasta e argumentista sevilhana Celia Rico e pela produtora monegasca Valérie Delpierre.
Os filmes exibidos este ano são os seguintes:
- “El Prófugo” de Natalia Meta (Argentina/México)
- “Edición Limitada” de Edgardo Coozarinsky, Santiago Loza, Virginia Cosin e Romina Paula (Argentina)
- “La Verónica” de Leonardo Medel (Chile)
- “Las Mil y Una” de Clarisa Navas (Argentina/Alemanha)
- “Mamá, Mamá, Mamá” de Sol Berruezo Pichon-Rivière (Argentina)
- “Selva Trágica” de Yulene Olaizola (México/França/Colômbia)
- “Sin Señas Particulares” de Fernanda Valadez (México/Espanha)
- “Todos os Mortos” de Caetano Gotardo e Marco Dutra (Brasil/França)
- “Visión Nocturna” de Carolina Moscoso (Chile)
Cinema para degustar
Conhecida pela excelência da sua gastromia San Sebastián é uma cidade onde estão alguns dos melhores restaurantes da Europa. Por isso, há vários anos que o Festival de Cinema tem uma secção denominada Culinary Zinema que para além de sessões de cinema normais inclui outras acompanhadas de jantar.
Face à situação pandémica que atravessamos nesta 68ª edição são quatro os filmes selecionados para esta mostra, em contraponto com os 13 que foram exibidos no Festival do ano passado.
Enquanto o basco Asier Altuna, em “Arzak Since 1897” dá a conhecer a longa tradição familiar da família Arzak, Ángel Parra revela-nos em “Camí LLiure” a mente, o coração e a criatividade do chef catalão Raul Balam. Em “La Receta del Equilibrio”, Óscar Bernàcer mostra-nos Ricard Camarena que, detentor de duas estrelas Michelin, fundamenta a sua cozinha na horta valenciana e os norte-americanos Michael Dweck e Gregory Kershaw, em “The Truffle Hunters” mergulham no mais profundo dos bosques do Norte de Itália onde se esconde a famosa trufa branca de Alba.
Receba a nossa newsletter
Contorne o cinzentismo dominante subscrevendo a Newsletter do Jornal Tornado. Oferecemos-lhe ângulos de visão e análise que não encontrará disponíveis na imprensa mainstream.