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Terça-feira, Dezembro 24, 2024

Cerveja de batata-doce lançada em Aljezur

Foram necessários 50 quilos de batata-doce da variedade «Lyra», típica da região algarvia, para produzir a cerveja que é apresentada, pela primeira vez, no Festival da Batata-doce de Aljezur, a decorrer este fim-de-semana. Além desta novidade, o produto de características únicas com indicação geográfica protegida continua a ser o convidado especial de mais um evento que decorre até domingo, 26 de Novembro.

Em chocolate, aguardente, gelado ou compota, pouco importa. A verdade é que ela foi baptizada como “a melhor batata-doce do mundo” e pode ser degustada sob as mais diversas formas em pratos doces ou salgados, de estilo tradicional ou mais arrojado, por restaurantes e tascas da região. Às Doceiras de Aljezur cabe-lhes a “difícil” tarefa de convencer os menos atrevidos a rezar para não cair no pecado da gula, porque as doces tentações não arredam pé até final de festa, sejam elas pastéis, bolos ou tortas.

A iniciativa conjunta do Município de Aljezur e da Associação dos Produtores da Batata-doce de Aljezur promove deste modo os sabores e saberes tradicionais “com o principal intuito de valorizar “a produção agrícola deste produto secular e de sabor e características únicas, muito devido ao solo e ao clima que a zona demarcada apresenta para a produção da mesma”. O evento que se assume como “a maior festa gastronómica de Outono no Algarve”, quer também “honrar o trabalho árduo” de todos homens e mulheres destas terras do sul.

O programa conta com a apresentação do Livro “Receitas de batata- doce”, pelo historiador José António Martins, durante a qual será confeccionada uma receita da época dos descobrimentos, pela Chefe de Cozinha, Eugénia Militão. Catrim George e Nuno Martins são outros Chefes que marcam presença, assim como os momentos musicais dos grupos Pouca Terra e Quintet The Smooth Jazz.

«A batata-doce de Aljezur é sobejamente conhecida pelas suas características organolépticas sui generis: quando comida crua, apresenta um sabor semelhante ao da castanha; cozinhada, seja cozida, assada ou frita, é muito melosa e é menos fibrosa do que a produzida noutras regiões do mundo. Um painel constituído por 12 provadores, obviamente treinados nestas coisas das provas, avaliou a qualidade da batata-doce de Aljezur antes e depois de cozinhada, e numa escala de 1 a 5 atribuiu-lhe a nota 4 em todos os parâmetros avaliados: aspecto em cru, aroma, textura e sabor. Foi também avaliada a preferência dos provadores em relação ao método de cozinhar a raiz. A primeira preferência foi para a batata-doce assada; a segunda coube à batata-doce cozida; a terceira recaiu sobre a batata-doce frita.» 

Excerto do livro Batata-doce de Aljezur – Receitas tradicionais e de autor.

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