Poemas de Delmar Maia Gonçalves
I
“Céu Africano”
O céu
nem sempre
é cinzento
Por vezes
chega a ser azul
Nunca é verde
Apesar da morte
há o parto.
II
“Inventário de mim”
Fiz
um novo inventário
de mim mesmo
e encontrei
um espelho
vazio de mim
e cheio de nada!
III
“O fragmento(Eu)”
Sou fogo
e lava
Os fragmentos
de que sou
composto
reclamam
um pedaço
da esfera do nosso caos.
IV
“Luabo”
Em Luabo
plantaram-se tumbas
no lugar
de um paraíso açucarado.
V
“O vento”
Estava a pensar
sentar-me ao relento
para sentir a frescura do vento.Estava a pensar
dormir ao relento
para domar a força do vento.Mas o vento
é açambarcador
Não posso estar por isso
ao relento.
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