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Domingo, Dezembro 22, 2024

Charlie Parker | A morte e o legado

José Alberto Pereira
José Alberto Pereira
Professor Universitário, Formador Consultor e Mestre em Gestão

Em 1954, a filha de Parker morre de pneumonia. Este infortúnio provocou o seu declínio final, atacando de forma muito dolorosa uma mente frágil e torturada.

O álcool e a droga foram mais uma vez os escapes, a que se seguiram colapsos e até uma tentativa de suicídio. Após um período no hospital, Parker regressou e foi contratado para atuar no Birdland, em março de 1955.

No entanto, antes de iniciar este contrato, acabou por falecer na casa da Baronesa Pannonica de Koenigswarter, sua amiga e patrona, local onde Thelonious Monk também viria a morrer, quase vinte e sete anos depois. De acordo com o relatório da autópsia, que apontou para pneumonia, úlcera cirrose e um ataque cardíaco, como causas da morte, Bird tinha 34 anos quando morreu, mas o seu corpo era o de um homem com mais de 50 anos.

Charlie Parker foi, sem dúvida alguma, um dos maiores saxofonistas de todos os tempos e um dos mais talentosos e influentes músicos de jazz de toda a história. O estilo de composição de Parker envolvia a interpolação de melodias originais sobre padrões e harmonias já existentes, uma prática conhecida como contrafação e ainda comum no jazz de hoje. A prática não era incomum antes do bebop, mas tornou-se uma assinatura do movimento, à medida que os músicos se foram afastando dos padrões populares e a compor o seu próprio material.

Enquanto músicas como “Now’s The Time”, “Billie’s Bounce”, “Au Privave”, “Barbados”, “Relaxin at Camarillo” ou “Cool Blues” se basearam em mudanças convencionais do blues de 12 compassos, Parker criou uma versão do blues de 12 compassos para músicas como “Blues for Alice”, “Laird Baird” e “Si Si”. Estes acordes ficaram conhecidos como “Bird Changes”. Tal como os seus solos, algumas de suas composições são caracterizadas por linhas melódicas longas e complexas, com um mínimo de repetição.

Parker contribuiu muito para o solo de jazz moderno, proporcionando ao solista mais liberdade para usar tons de passagem, que os solistas evitavam anteriormente. Parker foi sobretudo admirado pelo seu estilo único de fraseado e uso inovador do ritmo, que dominou o jazz durante muitos anos. Com 176 álbuns editados em nome próprios, 6 Grammys e um reconhecimento ímpar em toda a história do jazz, é caso para dizermos como Miles Davis:

Você pode contar a história do jazz em quatro palavras: Louis Armstrong. Charlie Parker.”

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Por opção do autor, este artigo respeita o AO90


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