Responsável por enviar milhares de arquivos secretos dos Estados Unidos para o WikiLeaks, Chelsea Manning deu sua primeira entrevista desde que foi libertada da prisão.
A ex-soldado do Exército dos Estados Unidos passou sete anos presa por ter enviado mais de 700 mil documentos classificados para o WikiLeaks. Ela compartilhou informações sobre a prisão de Guantánamo, em Cuba, e evidências de mortes civis no Afeganistão e no Iraque.
“Ninguém me disse para fazer isso. Ninguém me instruiu a fazer isso. Isso sou eu, foi minha decisão”, disse sobre a decisão de enviar os documentos ao WikiLeaks.
Manning foi presa em maio de 2010 perto de uma base militar no Iraque. Um tribunal militar condenou-a sob os Atos de Espionagem e Fraude e Abuso de Computadores. Entretanto, o ex-presidente Barack Obama comutou sua sentença três dias antes de deixar a Casa Branca, em 2016. A ex-presa disse que nunca falou com o democrata, mas agradeceu por ter tido “outra chance”.
Estamos filtrando tudo através de fatos, estatísticas, relatórios, datas, horários, locais e, eventualmente, você simplesmente para. Parei de ver apenas estatísticas e informações, e comecei a ver pessoas.”
Manning tentou suicídio duas vezes enquanto lutava para ter acesso ao tratamento de mudança de gênero enquanto estava presa, após assumir-se transexual.
Depois da União Americana pelas Liberdades Civis entrar com um processo, Manning teve acesso ao tratamento hormonal. Ela afirma que os medicamentos a impedem de se sentir no “corpo errado”. “Eu tinha essa terrível sensação de querer destruir meu corpo e não quero ter essa experiência de novo. É muito, muito ruim.”
Manning é a primeira prisioneira militar a receber tratamento hormonal para mudança de gênero.
Em janeiro, o atual presidente Donald Trump afirmou que ela “nunca deveria ter saído da prisão”.
Texto original em português do Brasil
Exclusivo Editorial PV / Tornado