“O presidente esfaqueou os cidadãos nas costas enquanto fingia ser o salvador da nação durante a mais grave crise sanitária do último século”, diz.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é o culpado pelas milhares de mortes ocorridos em território estadunidense, por usar a pandemia do coronavírus para impulsionar sua campanha eleitoral, em linha com os interesses das grandes corporações do país. A opinião é do intelectual Noam Chomsky, em entrevista ao jornal britânico “The Guardian”.
O linguista estadunidense não mede palavras: “O presidente esfaqueou os cidadãos nas costas enquanto fingia ser o salvador da nação durante a mais grave crise sanitária do último século”. Chomsky dá um exemplo concreto para seu argumento: Trump, que tentará se reeleger em novembro deste ano, cortou recursos para investimentos na Saúde e para o combate de doenças, mesmo tento destinado vultuosas cifras no auxílio financeiro de empresas em dificuldades econômicas.
“Isso é algo que Trump fez ano após ano em seu mandato, cortando cada vez mais. E ele segue cortando, tornando a população tão vulnerável quanto for possível, fazendo-a sofrer cada vez mais, mas sem deixar de dar a ajuda necessária às grandes corporações”, argumenta.
Chomsky diz que os governadores foram abandonados à própria sorte no combate à pandemia. “É uma estratégia para matar uma quantidade imensa de pessoas e não se responsabilizar por suas políticas”. O intelectual criticou também o corte nos pagamentos dos EUA destinados à Organização Mundial da Saúde (OMS). “Para tentar esconder seus erros, Trump vem tentando encontrar bodes expiatórios”, afirmou. “O problema é que isso vai resultar em mortes no Iêmen e por todo o continente africano”.
Chomsky falou à imprensa durante o lançamento da “Internacional Progressista”, iniciativa global organizada e constituída por nomes de destaque do cenário político de diversos países, numa tentativa de se contrapor ao ideário neoliberal. Em setembro, se a pandemia permitir, o grupo se reunirá na Islândia para seu lançamento oficial.
Texto em português do Brasil com tradução e edição de Fernando Damasceno
Exclusivo Editorial PV / Tornado